Encontro discute arte e pesquisa visual na Unesp e na Unicamp

Artistas, professores e alunos de Artes Visuais da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) discutirão, em abril, a importância da formação universitária nas pesquisas para a produção artística. O evento, intitulado ]Entre[, terá um ciclo de palestras aliado a uma mostra coletiva de alunos das duas instituições e será realizado no câmpus de São Paulo da Unesp, na Barra Funda.

Coordenado pelo artista plástico e professor da Unesp Sergio Romagnolo, ]Entre[ terá abertura no dia 5 de abril com exposição de trabalhos de Lucas de Costa, Daniel Lie, Urasaki, Bruno Baptistelli e Pedro Campanha – os três primeiros alunos de Artes Visuais da Unesp e os dois últimos, da Unicamp, e prossegue até o dia 20. No dia 8, ocorre o debate com críticos e profissionais da área sobre temas como o papel do artista como pesquisador e as possibilidades de inserção no circuito artístico (ver programação completa abaixo).

Autor de recém-lançado livro sobre sua carreira pela editora Martins Fontes, Sergio Romagnolo tem as melhores expectativas com as discussões entre arte e pesquisa visual e ressalta a liberdade que a academia propicia ao artista-pesquisador. “Cada vez mais acho que o lugar do artista é dentro da universidade e cada vez mais a arte tem relação com a ciência. Assim como o cientista, o artista está livre para escolher o que quer pesquisar”, afirma.

A exposição, ressalta Romagnolo, foi realizada a partir de uma proposta dos alunos. Sob curadoria de Juliana Moretti, mestranda da Unicamp, reúne trabalhos de jovens artistas em diferentes suportes e feitos a partir de suas pesquisas individuais. “Aproximar manifestações tão díspares, como as que serão mostradas, é uma forma de questionar alguns valores e repensar o papel do artista na sociedade”, diz Juliana. “Ao promover a articulação entre duas importantes universidades, é possível repensar também de que maneira estas instituições estão formando seus alunos”.

Ao trabalhar com plantas baixas de arquitetura e emprestar usos inesperados para objetos do nosso cotidiano, Lucas de Costa, 21 anos, busca com a série “Objetar”, composta por duas instalações e um desenho, questionar os usos correntes que damos a objetos como uma cadeira ou uma gangorra.

Buscar o equilíbrio possível entre o amplo e o restrito, a simetria e a assimetria é o objetivo de Daniel Lie, que, em um dos trabalhos, reproduz as formas de um cristal com uma escultura em madeira. Na mesma linha de seus colegas, Urasaki, Baptistelli e Campanha utilizam-se de várias mídias para alcançarem seus objetivos. “Estou particularmente interessado em objetos encontrados e em superfícies erodidas”, diz Campanha. “O passado que eles escondem reverberam significados obscuros que alteram seus significados originais”.


PROGRAMAÇÃO:

EXPOSIÇÃO:

Abertura: dia 5 de abril, às 19h. Visitação: de 6 a 20 de abril, de segunda à sexta, das 9h às 18h, na Galeria de Artes do Instituo de Artes da Unesp (rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271, Barra Funda), câmpus de São Paulo. Em frente à estação Barra Funda do metrô.

DEBATES:

Dia: 8 de abril

14h: Juliana (Ruli) Moretti: apresentação do projeto e do grupo; apresentação dos temas de discussão e composição das mesas

14h15: Mesa “Qual o papel da universidade pública na formação do bacharel
e suas possibilidades de inserção?”
14h15: Palestrante Omar Khouri
14h35: Palestrante Oscar D'Ambrósio
14h55: Debate

15h15: Mesa “As relações que se travam entre artista e meio acadêmico, quais os vínculos da academia com o artista-pesquisador?”
15h15: Palestrante Sergio Romagnolo
15h35: Palestrante José Spaniol
15h55: Debate

16h15: Coffe break

16h30: Mesa “A profissionalização do bacharel, arte e inserção; as possibilidades”
16h30: Palestrante Luiza Proença
16h50: Palestrante Leopoldo Ponce
17h10: Debate

17h30: Encerramento