12.1.10

O Brasil de John Graz

O Brasil de John Graz. É esse o título da exposição que traz a visão da terra em que John Louis Graz (Suiça, 1891 - São Paulo, 1980) – um dos mais importantes e influentes artistas plásticos, designer, arquiteto do século XX – escolheu para viver. A mostra, que vai ocupar aproximadamente 150 m² da Caixa Cultural São Paulo (Sé), está aberta a visitação a partir do dia 23 de janeiro de 2010, tem curadoria de Sérgio Pizoli e reunirá cerca de 180 trabalhos inéditos do artista. A iniciativa é uma parceria entre o recém-inaugurado Instituto John Graz, presidido pela viúva do artista, Annie Graz e a Caixa Cultural São Paulo.

A exposição apresenta desenhos e uma tela em grande dimensão, todos com temática brasileira, abordando os diferentes estilos em que foram produzidos. Dentre os trabalhos inéditos selecionados pela curadoria estão desenhos de vários tamanhos, realizados pelo artista entre 1920 – ano de sua chegada ao Brasil – e 1980. O público terá contato com estudos, cadernos de viagem e esboços, com várias visões do Brasil pelo desenho modernista de John Graz. Dentre os temas escolhidos estão cenas e arquitetura brasileiras; viagens, festas e paisagens; flora e fauna; o homem e o trabalho. Em síntese: uma diversidade de técnicas e temas relacionados à visão modernista de um país tropical.

A mostra está dividida em dois segmentos: Desenhos em pequena dimensão e Desenhos em dimensões maiores. O primeiro traz obras com tamanhos que variam entre 9 x 9 cm a 36 x 36 cm, expostas em pranchas maiores, agrupando-se de uma a quatro peças. Nesse segmento é possível notar a técnica refinada do artista nos trabalhos em guache e no grafite sobre papel. Já na área reservada aos desenhos maiores, medindo entre 30 x 40 cm a 60 x 70 cm – também tendo o guache e grafite sobre papel como suportes – há uma única tela em grande dimensão, “Bachiana Brasileira” (228 x 99 cm), que fecha a exposição.

Para o curador, a mostra pretende transmitir aos visitantes “o conceito de ‘artista total’, já que John Graz foi capaz de unir arte, arquitetura e design numa única linguagem plástica”. Pizoli acrescenta ainda que Graz “fez do desenho artístico uma atividade permanente, elaborando séries de estudos que, muitas vezes, não chegaram a ser executados em tela ou mural, mas têm o requinte formal de obra acabada. Seu trabalho plástico retoma o desenho clássico, incorpora a iconografia brasileira, assume e difunde as influências modernistas”.

Ainda segundo o curador, outro traço marcante no trabalho de John Graz é a sua relação com o movimento. “Seus personagens raramente são surpreendidos em pose: os índios caçam, pescam, os cavalos galopam ou lutam, os meninos e as mulheres trabalham, os homens guerreiam, navegam ou simplesmente agem”, analisa Pizoli.

Sobre John Graz – Suíço radicado no Brasil desde 1920 traz para o cenário das artes brasileiras as influências renovadoras dos movimentos europeus do século XX. Após sua formação artística na Escola de Belas Artes de Genebra, onde cursou Arquitetura, Decoração e Desenho, viaja para a Espanha. Suas obras lá produzidas impressionam Oswald de Andrade, que o convida a participar da Semana de Arte Moderna 1922, ao lado de nomes como Anitta Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro. É um dos fundadores da Sociedade Pró Arte Moderna (SPAM) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Em 1925, inicia suas atividades como arquiteto e designer de interiores, dedicando-se por quase quarenta anos a este segmento profissional.

Faleceu em 1980, aos 89 anos, deixando um acervo, ainda hoje inédito, com desenhos, estudos, plantas baixas, cadernos de viagem e de anotações, aos cuidados de Annie Graz, sua segunda esposa. Este acervo encontra-se, atualmente, sob a guarda do recém-fundado Instituto John Graz.

Sobre o Instituto John Graz – Trata-se de uma instituição sem fins lucrativos fundada em 2005 com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento cultural e a integração entre as áreas de artes plásticas e o design, ampliando sua discussão dentro da contemporaneidade. O foco é a preservação, estudo e difusão da obra do artista em suas influências estéticas e nas suas relações com a sociedade brasileira. O Instituto acredita que, por meio da consolidação da obra do artista, contribuirá para os desdobramentos destas atividades, incentivando a reflexão sobre os limites entre arte e design.

Serviço
Exposição O BRASIL DE JOHN GRAZ
Abertura para convidados e imprensa: dia 23 de janeiro de 2010, às 11h
Visitação: de 23 de janeiro a 28 de fevereiro de 2010
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
A CAIXA CULTURAL SP estará aberta durante o feriado de 25 de janeiro de 2010 (segunda-feira, aniversário de São Paulo)
Local: CAIXA Cultural São Paulo (Sé) - Galeria Dom Pedro II - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP
Informações e Agendamento para visitas em grupo: (11) 3321-4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais.
Classificação etária: Livre
Entrada Franca
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

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