1.4.11

A volta da turma da Luluzinha

Quem nunca se divertiu com as peripécias da turma da Luluzinha e seus amigos Bolinha, Aninha, Plínio, Alvinho, Gloria e Carequinha? Quem não se recorda do famoso Clube do Bolinha, onde “menina não entra”? A turma toda, com suas histórias ingênuas, inspiradas no cotidiano infantil, nas brincadeiras e disputas com os amigos, encantou gerações de leitores de todas as idades e fez tanto sucesso que mereceu até uma música de Roberto e Erasmo Carlos, a Festa do Bolinha, gravada pelo Trio Esperança em 1965.

Pois para a alegria de fãs e colecionadores, Luluzinha, a garota de boina e vestido vermelhos, esperta, inteligente, mandona e teimosa, que revolucionou os quadrinhos, conquistou o mundo e antecipou o feminismo, está de volta com toda a sua turma às bancas e livrarias brasileiras. A iniciativa de trazer Lulu de volta, pondo fim a uma sentida ausência de 15 anos nas bancas, é do selo Pixel da Ediouro, a maior editora da América Latina.

”As coisas boas são eternas”, afirma Daniel Stycer, editor-chefe da Pixel/Ediouro, e um dos responsáveis pelo projeto Lulu Clássica. “As histórias de Luluzinha, singelas, divertidas e ao mesmo tempo feministas (em uma época em que essa palavra nem existia), conquistaram crianças, adultos e adolescentes nos quatro cantos do mundo, rendendo gargalhadas, divertimento e emoção em dezenas de idiomas. É essa alegria contagiante que estamos trazendo de volta para os leitores brasileiros”.

Segundo Stycer, o lançamento de Lulu Clássica é um complemento natural do rico universo da personagem no Brasil. “Desde que criamos e lançamos com grande sucesso o mangá Lulu Teen, em junho de 2009 – um projeto único em todo o mundo –, sonhávamos em republicar também as histórias originais. Crianças de 6 a 10 anos (e de todas as idades) vão sem dúvida se apaixonar pelas histórias da turma, ingênuas e de um humor muito inteligente.

Para lançar a revista com as aventuras originais de Luluzinha, a Pixel/Ediouro assinou um contrato exclusivo com a Classic Media, hoje proprietária dos direitos da turma. A editora brasileira vai usar o material que a Dark Horse atualmente reedita em formato livro nos EUA.

No total, a Pixel/Ediouro investiu cerca de 500 mil reais na campanha de lançamento da revista . A HQ terá tiragem inicial de 40 mil exemplares. Só no ano passado, o dinâmico segmento de publicações infantis movimentou 16 milhões de exemplares, atingindo um faturamento total de R$ 30 milhões.

No Brasil, Lulu volta inteiramente recolorida
“Lulu Clássica vai estrear no Brasil em grande estilo, com histórias praticamente inéditas – já que a editora Dark Horse Comics vai relançá-las nos EUA somente a partir de maio, em nova coletânea”, destaca Daniel Stycer. Desde 2004, a Dark Horse já publicou 18 livros em preto e branco com republicações das célebres histórias de Luluzinha e Bolinha e dezenas de outros coloridos.

O número 1 de Luluzinha Clássica, - com 48 páginas, em formato 13,5 X 19,0, impresso em papel jornal 49 gr e capas em couchê brilho - vai trazer também passatempos encartados. As histórias serão inteiramente recoloridas no Brasil. O preço de capa da revista, mensal, será de R$ 3,10.

A revista de estréia trará ainda uma surpresa que vai conquistar os novos e os antigos fãs: um almanaque gratuito de 32 páginas, colorido, com a história do “nascimento” de Lulu e as biografias de todos os personagens, além de 16 passatempos divertidos e estimulantes, como caça-palavras, sudoku, enigma, e criptograma.

Um pouco da história de Lulu
Luluzinha nasceu pelas mãos de Marge Henderson Buell, a primeira mulher a fazer sucesso como cartunista nos EUA, em 1935. A personagem já chegou abalando conceitos e fazendo história: a primeira charge, publicada em fevereiro daquele ano pelo The Evening Post, mostrava Lulu jogando cascas de banana à frente de uma noiva que ia a caminho do altar, ao invés do tradicional arroz. A partir daí, todas as semanas, até 1944, ela estrelou as tirinhas do jornal.

A partir de 1950, as tiras cômicas de Lulu alcançam as grandes redes de jornais e revistas dos EUA. Sempre de vermelho, mandona e competindo de igual para igual com o sexo oposto, ela também protagoniza revistas em quadrinho e desenhos animados produzidos pelo Famous Studios e Paramount Pictures. Em 1970, Lulu conquista a TV em uma série que contou com atores reais. O sucesso também fez dela uma importante garota propaganda: nas décadas de 40 e 50, estrelou as campanhas publicitárias da Pepsi e da Kleenex.

OS PERSONAGENS ORIGINAIS
Luluzinha – A principal personagem é inteligente, teimosa, adora mostrar que é mais esperta que o amigo Bolinha – por quem tem uma “queda”.- e sua turma. Quando não está brincando ou em disputas com os meninos, adora fazer chás de bonecas com a amiga Aninha ou de contar historinhas cheias de moral para o Alvinho. Nelas, Luluzinha é sempre a heroína, na pele de “pobres menininhas”.

Bolinha – Dono e presidente do clubinho local, no qual “menina não entra”, ele é uma espécie de namorado de Lulu, apesar de ser apaixonado por Gloria, a menina mimada da vizinhança. Sempre em busca de uma refeição a mais, de preferência de graça, Bolinha também pode ser visto bancando o detetive para resolver mistério da turminha. Nessas ocasiões, adota a identidade secreta de “O Aranha”.

Aninha – Melhor amiga e companheira de Luluzinha e irmã de Carequinha. Muito ingênua, é facilmente tapeada pelos meninos – Luluzinha vive ajudando-a a virar o jogo. Aninha adora suas bonecas, constantemente raptadas por Bolinha e Carequinha.

Alvinho – Garotinho pentelho que adora pegar no pé da Luluzinha e da turma. Ele está sempre chorando e querendo tudo. Lulu é a única que o agüenta e o distrai contando historinhas de bruxa nas quais aparece como heroína e ele como garoto mimado. Na maioria das vezes, no entanto, Alvinho não entende a moral da história e acaba se metendo em mais confusão.

Plínio Raposo – Rico e metido, ele se considera “bom demais” para andar com a turma de Lulu – mas está sempre no meio dela! Ele é (pelo menos ele tenta ser...) namorado de Gloria, o que o transforma no “inimigo natural” do Bolinha.

Glória – A grande rival de Lulu quando o assunto é Bolinha (apesar de Lulu também gostar de usar o Bolinha para despertar ciúmes em Plínio, por quem também tem uma “queda”). Luluzinha considera Gloria muito “mulherzinha” e um tanto quanto “fresca”, mas as duas conseguem ser – às vezes - boas amigas.

Carequinha – É o melhor amigo do Bolinha. Quase sempre muito durão, costuma “dar pra trás” quando os garotos da turma da Zona Leste, encrenqueiros, começam a pegar no pé de Bolinha e sua turma.

Dona Marocas – A professora da Turma da Luluzinha.