19.10.09

Não tenho medo da gripe suína


Nos últimos meses presenciamos uma certa histeria com a onda deste novo virus. É impressionante o tamanho do estrago que um ser tão ínfimo pode fazer. Mas isso não me preocupa nem me tira o sono. Sei que nesse exato momento, milhares de pesquisadores estão quebrando a cabeça em tempo integral para sanar este problema. Milhões de dinheiros são investidos no combate à doença. Em breve a vacina chegará ao Brasil. E que venha a próxima pandemia.

O que realmente faz os meus cabelos cairem (além da genética, é claro) é o nível do ensino em nossas universidades e afins. Em primeiro lugar porque não tem tantas pessoas assim dedicando tempo, tampouco dinheiro para solucionar esse problemão.

Todo o esforço parece levar a um caminho contrário. Cada vez surgem mais “unis”, cada vez é mais fácil passar nas provas seletivas (em muitos casos o critério é saber pronunciar o próprio nome) e cada vez mais não tem ninguém fiscalizando como deveria. O sistema usado pelo MEC é, em minha modesta opinião, questionável. Um dos parâmetros é a quantidade de doutores e mestres que a instituição oferece. Já tive péssimas aulas com doutores e ótimas aulas com profissionais sem titulação alguma.

Acredito que o caminho não seja por aí. Há também muito improviso, muita gambiarra feita para acomodar professores em diversas matérias diferentes. É mais barato entulhar um docente que tenha tempo disponível em 4 ou 5 disciplinas, do que contratar profissionais qualificados para aquela cadeira. É impossível alguém dar boas aulas de embalagem, semiótica, teoria da cor, criação de marcas e introdução ao design. Alguma coisa vai ser bem improvisada.

Quem paga o pato nessa história? Exatamente quem paga a mensalidade. E não está barato. O que me entristece é a falta de orientação por parte dos alunos que concordam com esse sistema falido e mercantilista. Recentemente abri seleção para estagiários em minha empresa. Recebi muitos emails com cvs e portfolios. A maioria muito fraca, bem aquém do que o mercado precisa. Mas algo me chamou muito a atenção. Pelo menos dois candidatos não possuiam portfolio. Conforme eles mesmos disseram, eram apenas estudantes, mas com muita vontade de aprender. Pergunto-me: o que raio eles estão aprendendo e fazendo na faculdade? O que estão ensinando (ou não ensinando) a esses jovens e perdidos estudantes? Falta orientação, falta “pegada”, falta falar a verdade para esses alunos. Como um aluno vai conseguir estágio na área de design se não tem um portfolio. Isso é mais do que básico. O professor tem a obrigação de abrir os horizontes, falar do dia-a-dia, mostrar o que é realidade, forçar o pensamento conceitual, os porquês, estratégia, posicionamento, enfim, orientá-los corretamente. O problema é o grande abismo entre cotidiano das empresas e os corpos docentes das instituições. Muitos professores não tem conhecimento prático sobre o que ensinam. Buscam informações apenas em livros para repassar conteúdo. Como pode alguém ensinar uma turma a criar marcas, por exemplo, se jamais desenvolveu um projeto similar profissionalmente? Isso é um absurdo que não poderia ser permitido. Outros, para não se indisporem com seus superiores ou com os próprios alunos, não são sinceros na análise dos projetos. Mentem sobre a qualidade, tudo está lindo, muito bom, bem legal e bola pra frente. São distorções que o MEC não dá a minima, basta ter laboratórios e doutores.

Em minha época como estudante, o que eu mais queria era ter acesso ao portfolio dos professores. Eu precisava conhecer quem era aquela pessoa que me orientaria. Credibilidade, essa é a palavra. Hoje, parece que ninguém está nem aí. Não importa saber, é preciso titulação. Não sou contra tíltulos, pelo contrário. Os acadêmicos de carreira são fundamentais para o desenvolvimento de novas pesquisas, novas teorias, novos caminhos e linhas de pensamento. Mesmo assim, em muitas instituições, nem pesquisa decente é conduzida.

Caro estudante, imploro para que você seja mais crítico com seu local de ensino e com os professores. Procure conhecer mais sobre seus orientadores. Exija seus direitos. O virus da ignorância e da passividade é mais contagioso do que o H1N1. E não tem cura.

Zeh Henrique é designer gráfico, professor, palestrante e sócio da Brainbox Design Estratégico.

Sprite 2.Zero


A Coca-Cola Brasil lança Sprite 2.Zero, evolução de Sprite Zero, em uma nova versão sem açúcar da marca, com mais intensidade no sabor limão e extrema refrescância. A nova versão zero açúcar de Sprite, cuja fórmula foi criada no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento que a empresa mantém no Rio de Janeiro, chega ao mercado a partir desta semana, inicialmente nos estados da região Sul e parte do interior de São Paulo. Em breve, estará disponível em todo o País.

Sprite 2.Zero substitui Sprite Zero e confirma uma tradição de inovação de Sprite. Líder do mercado de refrigerantes do sabor limão, a marca inaugurou o conceito zero açúcar, posicionamento moderno que comunica o benefício do refrigerante em não ter açúcar, que é adotado hoje por diversas marcas em suas versões de baixas calorias. Sprite Zero foi lançado em 2003 na Grécia e em 2005 no Brasil.

Agora, Sprite volta a sair na frente, com o lançamento de Sprite 2.Zero, tendo o Brasil como país pioneiro. Sprite 2.Zero estreia no mercado de refrigerantes de sabor limão um posicionamento moderno que, em outros segmentos da indústria, como eletrônicos e automóveis, comunica a evolução de produtos para versões mais modernas e potentes. Sprite 2.Zero apresenta uma evolução nos refrigerantes de limão de zero açúcar, com um sabor muito mais intenso e extremamente refrescante.

“Sprite 2.Zero é mais uma evolução dentro da linha Sprite, que se caracteriza por apresentar novidades ao mercado de refrigerantes. Inovamos com Sprite Zero, que inaugurou o conceito ‘zero’ para comunicar o atributo dos refrigerantes de baixas calorias em não ter açúcar e, agora, apresentamos sua evolução: Sprite 2.Zero, um novo sabor, estupidamente refrescante. Sprite 2.Zero é mais uma saborosa novidade de Sprite. O nosso consumidor, que é jovem, se identifica com a postura moderna e ousada de Sprite em apresentar novidades. E o resultado dessa proposta ousada é que Sprite acaba estabelecendo novos parâmetros para o mercado de refrigerantes”, comenta Andrea Mota, diretora de Marketing das Marcas Sabores da Coca-Cola Brasil.

Embalagem e identidade visual - O atributo refrescante de Sprite 2.Zero é materializado também na embalagem do produto, que é transparente. Com isso, estabelece uma diferenciação em relação à versão tradicional de Sprite, que utiliza o verde na garrafa. Sprite 2.Zero poderá ser encontrada em garrafas PET de 600 ml, 2L e latas de 350ml.

As embalagens e peças de comunicação de todas as versões de Sprite trazem outra novidade: uma identidade visual mais moderna, com o logo cercado por um fundo que remete a uma explosão líquida, comunicando o aspecto refrescante do produto.

New Brand Communication realiza programação especial para alunos da FAAP


A segunda edição do New Brand Communication, dias 20 e 22 de outubro na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), terá programação especial dedicada aos alunos da Fundação. O terceiro dia do evento, 22/10, contará com palestras que proporcionarão aos estudantes vivenciar as experiências dos principais fundadores e executivos de algumas das agências mais ágeis e bem-sucedidas da Europa, Estados Unidos e América Latina.

O evento é organizado pela Good People Share, cujo objetivo é promover a troca de experiência de profissionais consagrados em inovação na comunicação de marcas com os criativos das agências de publicidade, diretores de marketing e CEOs de empresas, além dos alunos da Fundação, que serão beneficiados com as palestras.

Os dias 20 e 21 são abertos ao público externo e as inscrições são vendidas pela agência Idealista no hotsite oficial do evento: www.nbc09.com.br. No dia 22, os alunos interessados deverão realizar sua inscrição pessoalmente no departamento de Publicidade e Propaganda da Faculdade de Comunicação e Marketing da FAAP, das 8h00 às 12h00 e das 18h00 às 22h00.

Confira a programação do dia 22/10:
09h00 - Abertura e Introdução
09h20 - Share 1 –“ YouTube: Online Video and Participatory Culture" - Joshua Green – Pesquisador Pós-Doutorado - Massachusetts Institute of Technology - Boston
10h00 - Share 2 - Dr. Tim Lucas - Fundador e pesquisador de tendências de consumo - TWRAmerica Londres/Brasil
10h40 - Share 3 -“Send to a Friend is Dead” - Matt Smith – Co-fundador e Diretor de estratégia – The Viral Factory – Londres
11h20 - Share 4 – “The desire to knock downs the classic boundaries” - O desejo de derrubar as clássicas barreiras - Engin Celikbas - Diretor e Sócio - KesselsKramer - Amsterdam e Richard Walker - Diretor de Criação – Londres
12h00 - Share 5 – “Making Brands do Good” - Benjamin Palmer – Co-fundador e CEO – Barbarian Group – Nova York
12h40 - INTERVALO
13h40 - Share 6 – “Teste do quociente de prazer – Magnum” - Cecília Dias - gerente de marketing Kibon – Unilever Brasil
14h20 - Share 7 - “Brand Karma” – Marketing de causa e o aumento de sua relevância no universo de comunicação das grandes marcas - Mike Geiger – escritório Digital e William McGinness – Diretor de Criação - Goodby Silverstein and Partners - São Francisco
15h00 - INTERVALO
15h30 - Share 8 - “ 100 million reasons for branding” - Johan Gromark - CEO e Fundador – Label – Göteborg/ Suécia
16h20 - Share 9 – Resgatando a emoção de MasterCard - “O consumidor como protagonista da marca” Beatriz Galloni – Senior Business Leader, Vice presidente de Marketing - MasterCard
17h00 - Término

LAM: gravuras


A maior mostra de gravuras de Wifredo Lam, o mais importante artista plástico cubano e um dos expoentes da pintura moderna e do movimento surrealista, será exibida na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, de 21 de outubro de 2009 a 3 de janeiro de 2010. LAM: gravuras é a primeira exposição do artista no Brasil e reunirá 140 gravuras e 4 desenhos.

A exposição, produzida pela Tisara Arte Produções, com curadoria de Paulo Venancio Filho e patrocínio da Caixa Econômica Federal, percorrerá mais de quarenta anos da obra do pintor e gravador cubano, desde os desenhos que serviram de ilustração para o livro de poemas “Fata Morgana”, do poeta surrealista André Breton, publicado em 1941, até as últimas gravuras, realizadas em 1982.

LAM: gravuras irá apresentar o mais importante conjunto de gravuras que o artista realizou, além das séries de ilustrações que fez para livros dos poetas e escritores com os quais conviveu, como André Breton, Antonin Artaud, Renée Char, Aimé Cesaire, Ghérasim Luca e Gabriel Garcia Márquez, entre outros. Também fará parte da mostra um grupo de gravuras inspiradas na mais famosa pintura de Wifredo Lam, “A Selva”, realizada entre 1942 e 1944, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York.

Paulo Venancio Filho ressalta que essa exposição irá corrigir uma lacuna no cenário artístico nacional, que jamais exibiu uma mostra individual do artista no país. “Lam teve participação em duas Bienais de São Paulo e também na exposição ‘Arte de Cuba’, realizada em 2006. Entretanto, uma exposição individual, como mereceria, nunca foi realizada. Felizmente, isso acontece agora”, afirma o curador.

Todos os trabalhos da exposição – que formam um dos mais significativos conjuntos da obra do artista – foram selecionados do acervo da Associação de Amigos de Wifredo Lam, com a colaboração do filho do artista, Eskil Lam, que virá ao Brasil na época da abertura da mostra, assim como Jacques Leenhardt, da Associação Internacional de Críticos de Arte, de Paris. A edição de um catálogo bilingue, com textos de Paulo Venancio Filho, Xênia Bergman e Jacques Leenhardt, diretor da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, além de imagens de todas as obras, completam a exposição.

Lam: gravuras tem o objetivo de aprofundar o caráter surrealista manifesto na obra do artista, tanto no registro da linguagem plástica como no pioneirismo que tanto atraiu a atenção de estudiosos, escritores e artistas do mundo todo. Através da obra de Lam, é possível reconhecer traços "advant la lettre" da conversão de sincretismos naturalizados no modelo picassiano ao lado dos códigos já modificados nas Antilhas mestiças como uma entre outras fontes de apropriação da etnografia do pintor cubano.

O artista
Wifredo Lam foi o mais importante pintor cubano e um dos expoentes da pintura moderna e do movimento surrealista, tendo obras vendidas na casa dos US$ 2 milhões. É o artista cubano que obteve maior reconhecimento internacional em vida. O contato na Europa com a arte africana, com os cubistas e, de modo mais definitivo, com os surrealistas, fez o artista voltar os olhos para a sua terra natal na busca das expressões autênticas da ilha.

Wilfredo Lam nasceu em Sagua La Grande, Cuba, em 1902. Filho de um chinês e de uma mulata cubana, teve a infância marcada por sua madrinha, Mantonica Wilson, destacada sacerdotisa afro-cubana. Em 1923 formou-se no curso da Academia de Bellas Artes San Alejandro, em Havana. Durante os primeiros anos da década de 1920, exibiu seus trabalhos no Salão da Associação de Pintores e Escultores de Havana. Em 1923, foi para a Espanha, em busca de horizontes artísticos mais vastos. Estudou no ateliê de Alvarez de Sottomayor – pintor acadêmico (mestre de Dalí) e diretor do Museu do Prado, em Madri –, onde travou contato com as obras de El Bosco, Brueghel e Goya.

O "criollismo" de Lam, interessado em temas rurais, se orienta em outras direções do afrocubanismo vanguardista, expressado na representação de cenas vernáculas, de música e dança, criando novas iconografias, distante de visões pitorescas ou bucólicas. Suas obras estão nas melhores coleções de arte contemporânea do mundo, como a obra "A Selva", pertencente à coleção do MoMA e considerada um dos mais emblemáticos trabalhos do artista.

Em 1938, viajou para Paris, onde conheceu Picasso; no ano seguinte, expôs na galeria de Pierre Loeb. Com o início da Segunda Guerra Mundial e a invasão alemã na França, Lam foi obrigado a deixar Paris, em função das suas convicções antifascistas e da sua origem cubana. Refugiando-se em Marselha, conviveu com expoentes da vanguarda francesa, em especial André Breton e os surrealistas. Breton, impressionado com as pinturas de Lam, pediu-lhe para ilustrar seu poema “Fata Morgana”. Ao regressar a Cuba em 1941, impressionou-se com as difíceis condições de vida em que se encontravam seus conterrâneos. Nesse cenário, pintou a obra ‘A Selva’ (1943).

Os anos 40 foram de constantes viagens entre Cuba, Paris e Nova York, onde fez várias exposições na Galeria Pierre Matisse. Em 1952, transferiu-se para Nova York. Em 1964, instalou-se em Albisola Mare, na Itália, e lá conheceu Asger Jorn, um dos fundadores do grupo COBRA, que o iniciou na arte da Cerâmica. Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Guggenheim International Award. Faleceu em 11 de setembro de 1982, em Paris.

SERVIÇO:
Exposição ‘LAM: gravuras’
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 3
Av. Almirante Barroso, 25, Centro, Rio de Janeiro (Metrô: Estação Carioca)
Abertura: 21 de outubro de 2009, às 19h (para convidados e imprensa)
Visitação: De 22 de outubro de 2009 a 3 de janeiro de 2010.
Horário: De terça a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 10h às 21h
Telefones: (21) 2544-4080 / 2544-1099 / 2544-7666
Entrada franca
Classificação Livre