25.2.10

Drawlio Joca faz pré-lançamento do ensaio “A Cidade de São Paulo” nesta quinta-feira (25) no deVERcidade


Um trabalho autoral que versa sobre as identidades, confluências e contradições daquela que é a maior metrópole brasileira. Trata-se do ensaio fotográfico “A Cidade de São Paulo”, do fotógrafo cearense Drawlio Joca, que tem pré-lançamento nesta quinta-feira, 25, às 21h30, como parte da
programação do deVERcidade, que acontece até domingo no entorno do Mercado dos Pinhões, numa realização do Instituto da Fotografia (IFOTO). Também nesta quinta acontece a projeção de “Flamengo Hexacampeão Brasileiro” (Gustavo Pellizzon) e "Entre a fé e a febre" (Guy Veloso).




“A Cidade de São Paulo” trata sobre questões diversas, que vão desde os aspectos relacionados ao meio-ambiente, urbanismo e arquitetura, até àqueles que dizem sobre o ser humano inserido neste meio, envolvendo cultura, comportamento, gestualidade, imaginário e cotidiano.

É um ensaio fotográfico essencialmente documentarista e, portanto, se ocupa de registrar realidades que estão em constante processo de transformação e preservá-las enquanto documentos visuais e fontes de pesquisa iconográfica. A vertente documental do trabalho, entretanto, vai além da preocupação com a informação e propicia o desenvolvimento de um fazer fotográfico também estético dentro da práxis realista, aliando ao conteúdo a valorização dos
aspectos formais. Para além do caráter documental, o ensaio por vezes passeia ainda por outras linguagens, inclusive experimentais.

O trabalho foi iniciado em março de 2006 e continua em processo de desenvolvimento. Além do primeiro produto já realizado: um documentário fotográfico sobre São Paulo, os objetivos subsequentes são a publicação de um livro e a constituição de acervo fotográfico e memória sobre esta cidade brasileira.

Sobre o Documentário Fotográfico “A Cidade de São Paulo”
O documentário fotográfico “A Cidade de São Paulo” é o primeiro produto resultante do desenvolvimento do ensaio fotográfico sobre São Paulo realizado pelo fotógrafo Drawlio Joca nos últimos quatro anos. O vídeo tem 18 minutos de duração e aproximadamente 290 fotografias que integram o ensaio em questão. O documentário possui concepção e narrativa bastante
peculiares e aborda diversos aspectos da capital paulistana, sua complexidade, suas identidades múltiplas, seus aspectos urbanos e humanos. As fotografias são apresentadas permeadas por comentários poéticos que remetem a reflexões sobre ser humano e cidade. Curiosamente, o autor e diretor do documentário, Drawlio Joca, resolveu misturar a atualidade da São
Paulo contemporânea por ele fotografada com textos e comentários poéticos aparentemente dessemelhantes e longínquos, como, por exemplo, os escritos extraídos do trabalho filosófico “A República” de Platão. A obra - e a época em que foi escrita - extemporânea à cidade documentada, surpreende em resultar num casamento semântico perfeito com as fotografias e as questões urbanas nelas representadas, como se fossem contemporâneos estes escritos
feitos ainda na antiguidade, no berço do pensamento e da civilização ocidentais. Dentro desta mesma perspectiva de cruzamentos semânticos e aproximações, se inserem ainda as poesias de Fernando Pessoa, em sua “Ode Triunfal” e a prosa poética de Ítalo Calvino, nos textos extraídos da sua obra “As Cidades Invisíveis”.

Para realizar a leitura poética foi convidado não um locutor ou ator, mas sim um outro fotógrafo, José Albano, estabelecendo aí uma interessante interlocução entre texto e imagem. O documentário completa-se com a trilha sonora das “Bachianas Brasileiras” de Heitor Villa-Lobos, obra escolhida por sua singularidade poética e principalmente por sua notável brasilidade.

Sobre o Autor
O autor do ensaio e do documentário, Drawlio Joca, trabalha profissionalmente como fotógrafo desde 1989, atuando nas áreas de fotografia editorial, publicitária, industrial, arquitetônica, aérea, still e principalmente fotografia documental.

No seu trabalho autoral, enquanto documentarista, desenvolve ensaios e projetos de documentação fotográfica tendo como foco principal o ser humano. Nesta perspectiva, realizou diversos ensaios fotográficos, tais como: “Sertões [Gênero Humano]”, “Gênero Humano-Cinco Estudos”, “A Periferia do Círio de Nazaré”(Belém/PA), “Documentação Fotográfica das Estações de Trens Urbanos de Fortaleza”, “Negros do Ceará” e “Documentação Fotográfica do Bairro de São José”(Recife/PE). Atualmente desenvolve os ensaios fotográficos “O Centro do Rio de Janeiro” e o ensaio em questão, sobre “A Cidade de São Paulo”.

O deVERcidade continua até domingo, com visitação das 18h à meia-noite. Na mostra, ensaios de 43 fotógrafos selecionados de 11 estados e do Distrito Federal, além de trabalhos de artistas visuais convidados e de Mário Cravo Neto, o homenageado desta edição. A realização é do IFOTO com patrocínio do Governo do Estado do Ceará e Prefeitura Municipal de Fortaleza e apoio cultural do Oi Futuro. A entrada é gratuita.

Ficha Técnica
Documentário Fotográfico: A Cidade de São Paulo
Fotografia: Drawlio Joca
Leitura Poética: José Albano
Direção: Drawlio Joca
Roteiro e Edição: Drawlio Joca, Joana Ferraz e Goreth Albuquerque
Produção: Joana Ferraz
Pesquisa e Produção de Textos: Joana Ferraz
Edição de Textos: Drawlio Joca e Joana Ferraz
Montagem e Multimídia: Elton Gomes
Edição de Som: Elton Gomes e David Cadeira
Trilha Sonora: Bachianas Brasileiras - Heitor Villa-Lobos
Textos e Poesias: A República – Platão; As Cidades Invisíveis - Ítalo
Calvino; Ode Triunfal - Fernando Pessoa

Serviço
Pré-lançamento do Documentário Fotográfico “A Cidade de São Paulo”, de Drawlio Joca - Nesta quinta (25), às 21h30 no deVERcidade 2010. , no entorno do Mercado dos Pinhões, na Praia de Iracema. Informações: 85-3254.6385 / 8820.0083 / ifotomailing@gmail.com /www.ifoto.org.br. GRÁTIS.

29ª Bienal de São Paulo, muito além da exposição

A 29ª Bienal de São Paulo, que acontecerá entre setembro e dezembro deste ano com a participação de cerca de 120 artistas de diversas partes do mundo, de fato já começou. Embora a exposição se configure como o principal momento de um amplo projeto de confirmação da relevância institucional da Fundação Bienal de São Paulo, há uma série de atividades em pleno andamento, em sintonia com o conceito central que envolve a Bienal, contribuindo para dotar a iniciativa de consistência e permanência ainda maiores. Esse conjunto de ações inclui um programa educativo, atividades discursivas, de residência artística e criação de um novo portal, além do desenvolvimento de uma identidade visual que traduz graficamente o título escolhido para a exposição deste ano – “Há sempre um copo de mar para um homem navegar” – , verso emprestado da obra maior do poeta Jorge de Lima, “Invenção de Orfeu” (1952).

A Bienal deste ano está ancorada na ideia de que é impossível separar arte e política. A escolha desse princípio norteador do projeto curatorial se sustente em duas razões centrais. Em primeiro lugar, por se viver em um mundo de conflitos diversos onde paradigmas de sociabilidade são questionados a todo momento e no qual a arte se afirma como meio privilegiado de apreensão e de simultânea reinvenção da realidade. Em segundo, por ter sido tão extenso esse movimento de aproximação entre arte e política nas duas últimas décadas que se faz necessário novamente destacar a singularidade da primeira em relação à segunda, por vezes confundidas ao ponto de indistinção.

Nesse sentido, o título dado à exposição– “Há sempre um copo de mar para um homem navegar” – sintetiza o que se busca com a próxima edição da Bienal de São Paulo: afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma e não no que está fora ou além dela. Por ser um espaço de reverberação desse compromisso em muitas de suas formas, a mostra colocará seus visitantes em contato com maneiras de pensar e habitar o mundo para além dos consensos que o organizam e que o tornam ainda um lugar pequeno, onde nem tudo ou todos cabem. Vai pôr seus visitantes em contato com a política da arte.

A 29ª Bienal de São Paulo pretende ser, assim, simultaneamente uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida; ser momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em outra parte. Pretende, por tudo isso, envolver o público na experiência sensível que a trama das obras expostas promove e também na consequente capacidade dessas obras refletirem criticamente o mundo em que estão inscritas.

Vocação internacional
A Exposição reunirá obras de cerca de 120 artistas de diversas partes do mundo, sem considerar a origem territorial do artista como valor de seleção. Reafirma-se, assim, a abolição das chamadas representações nacionais, traço característico da Bienal de São Paulo até há poucos anos, mas que não traduz a complexa rede de migrações e de trânsitos que marca a vida contemporânea. É importante para a 29ª Bienal de São Paulo, porém, enfatizar o lugar e o tempo a partir da qual ela é organizada: desde o Brasil e desde um momento de rápida reorganização geopolítica do mundo.

Também para reforçar a amplitude e a densidade compatíveis com a vocação internacional que a instituição possui desde sua origem, os curadores da 29ª Bienal de São Paulo, Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, contam com o apoio de um grupo de curadores convidados de diversas procedências: Chus Martinez (Espanha), Fernando Alvim (Angola), Rina Carvajal (Venezuela / Estados Unidos), Sarat Maharaj (África do Sul / Reino Unido) e Yuko Hasegawa (Japão).

Programa Educativo
O Programa Educativo, sob a curadoria de Stela Barbieri, tem como propósito trabalhar a arte como experiência. Destinado a professores da rede pública e privada, ONGs e educadores da comunidade, iniciou o processo de formação dia 4 de fevereiro, com a realização de um encontro em São Caetano do Sul reunindo 750 professores da rede pública. O segundo treinamento acontecerá dia 19 de março e envolverá um universo de 5.200 profissionais da área educativa do município de São Paulo. As atividades terão como apoio material educativo com tiragem inicial de 40 mil exemplares, que inclui 30 fichas de artistas, seis cartazes para leitura compartilhada de obras e um jogo de tabuleiro para aproximação dos conceitos em discussão.

Esse programa tem uma ampla agenda de atividades até o início da mostra, pois seu objetivo é aquecer o repertório e a vivência de alunos e professores para o contato direto com a mostra e suas linhas de ação e com a arte contemporânea como um todo. Além de ações próprias, realiza parcerias para a promoção de eventos que caminhem em busca de objetivos similares. Por exemplo, nesta quarta-feira (24 de fevereiro) promoveu em parceria com o Centro Cultural de Espanha e com apoio do Itaú Cultural a palestra de Alfons Martinell, diretor da Cátedra UNESCO de Gestão Cultural na Universidade de Gerona, sobre “Cultura de Proximidade e Gestão Cultural Comunitária”. O encontro, realizado no Porão das Artes, Parque Ibirapuera (em São Paulo) reuniu um público de 40 professores.

O público que visitar a Bienal será atendido por uma equipe de educadores preparada para o diálogo. A formação desses educadores se dará a partir de uma parceria estabelecida com as principais Instituições Culturais da cidade de São Paulo que atuam de diversas formas na área cultural. A Bienal busca fortalecer e ampliar o papel do educador contemporâneo como um provocador de questões, relacionando a arte, a estética e a construção de sentidos em cada situação educativa. Serão selecionados 500 educadores a partir de parcerias com faculdades e universidades de artes. Esta formação teórica e prática terá início nos meses de maio e junho.

Novo portal
A profunda reformulação planejada para o site da Bienal resultará na criação de um grande portal. Esse trabalho vem sendo idealizado há mais de um ano e, temporariamente, o site atual será substituído por versão simplificada, bilíngue, contendo informações básicas sobre a instituição, para atender às necessidades imediatas do público da Internet.

A versão completa, que deverá ir ao ar em julho, abrigará também o site da 29ª Bienal. Com estrutura colaborativa, interativa e dinâmica, o novo portal conterá informações aprofundadas sobre a Bienal e sua principal mostra, expostas de forma agradável e convidativa. Além disso, estão disponíveis desde já os canais de comunicação digital da Bienal no Twitter (twitter.com/29bienalsp), Facebook (www.facebook,com/people/Bienal-Sao-Paulo) e YouTube (www.youtube.com/bienal/sp).

Identidade visual da 29ª Bienal
Para dar a largada a esse conjunto de atividades, a 29ª Bienal de São Paulo criou uma identidade visual que será aplicada em todas as suas peças de comunicação e registro da mostra, de papelaria a catálogos, do portal à sinalização interna. Criada pela recém-instituída área de design da Fundação Bienal de São Paulo, sob a coordenação de André Stolarski, a identidade parte da construção de uma bússola caseira, composta de um copo plástico com um pouco de água, uma rolha, um alfinete e um imã.

A possibilidade de orientação geográfica latente nos objetos simples e cotidianos que compõem a bússola interpreta e aproxima do público o verso de Jorge de Lima que dá título à 29ª Bienal – “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”. Combinando diversas imagens do objeto-tema – a bússola caseira – a fundos de cores vibrantes, a identidade comenta a diversidade implícita no universo da arte e no panorama de iniciativas que fazem parte da próxima Bienal.

Calendário Básico da 29ª Bienal de São Paulo

Março
Primeira semana: lançamento do cartaz da 29ª Bienal de São Paulo
10 e 11: abertura do Teatro de Arena com fala de dois artistas convidados (Projeto Capacete)
19: lançamento do material Educativo
Programa Educativo: Formação a ONGs e Escolas Particulares, que se estenderá até agosto

Abril
Primeira quinzena: divulgação da lista completa de artistas

Maio
Segundo encontro de curadores em São Paulo (data a definir)
3: Início da formação dos educadores de atendimento ao público

Julho
Lançamento do portal da Fundação Bienal de São Paulo, com seção da 29ª Bienal

Agosto
Segunda quinzena: início da montagem
20 e 21: Programa Educativo: Seminário “Arte, política e educação”

Setembro
20: início da semana de abertura
Lançamento do Guia e do Catálogo da 29ª Bienal de São Paulo
Programa Educativo: visitas orientadas e cursos para diversos públicos, que se estenderá por todo o período de duração da 29ª Bienal

Dezembro
12: encerramento da 29ª Bienal de São Paulo