9.11.06

Exposição “Cobra e Cia”.



O MAB/CENTRO da FAAP, em conjunto com a Comissão Geral de Relações Internacionais da Comunidade Francesa da Bélgica inaugura, no dia 31 de outubro, a exposição “Cobra e Cia”.
Sob a curadoria de Catherine de Braekeleer, a mostra reúne 58 gravuras que retraçam o percurso e o espírito do movimento Cobra, traçando um panorama das realizações gráficas que dele se originaram.

As peças apresentadas pertencem, principalmente, às coleções do Centro da Gravura, da comunidade francesa da Bélgica e da cidade de La Louvière, e algumas emprestadas das coleções particulares de Pierre e Micky Alechinsky, Catherine Putman, Patrice Cotensin, pelas galerias Lelong (Paris) e Quadri.

Mais de meio século após a dissolução oficial desse movimento particularmente dinâmico, que reuniu de 1948 a 1951 as aspirações de um grande grupo de artistas da Europa do Norte, seu sopro vivificante continua suscitando entusiasmos. Os fundadores de Cobra se posicionaram na época do imediato pós-guerra contra o realismo socialista e a hegemonia da Escola de Paris, manifestando ao mesmo tempo certa desconfiança com relação ao movimento surrealista. Seu procedimento comum de ordem essencialmente experimental traduziu-se em um trabalho sobre a matéria, a feitura, a cor. Todos demonstraram com veemência sua vontade de uma expressão direta e intuitiva.

O MAB/ Centro propõe um panorama do que foi o espírito Cobra e uma mostra das realizações gráficas que dele se originaram. O poeta Christian Dotremont, que foi sua peça-chave, está amplamente representado ao lado de Alechinsky, Appel, Reinhoud, Balle, Claus...

O propósito da exposição é destacar as obras coletivas – testemunhas do desejo desses artistas de transgredir as fronteiras do individualismo – e ressaltar o interesse de Cobra por todas as formas de arte, mais particularmente pelas artes populares, primitivas ou infantis.

O grupo Cobra foi constituído em Paris, em 8 de novembro de 1948. Reunia inicialmente seis artistas e poetas: o dinamarquês Asger Jorn, os holandeses Karel Appel, Constant e Corneille, e os belgas Christian Dotremont e Joseph Noiret. Imaginada pelo poeta Christian Dotremont, a sigla Cobra foi inspirada nas primeiras letras de Copenhague, Bruxelas e Amsterdã, cidades de origem dos diversos participantes.

Precedida, em seu espírito, pelo grupo experimental neerlandês Reflex, que reunia, entre outros, os pintores Karel Appel, Corneille e Constant, Cobra foi organizado no final de uma Conferência Internacional de Documentação sobre a Arte de Vanguarda, cujo conteúdo, evasivo e teórico, não deixara de decepcionar esses partidários da experimentação ativa. Assinaram imediatamente uma resolução intitulada “A causa fora ouvida”, que se tornará o ato manifesto de Cobra, e escolheram deliberadamente estabelecer a sede do movimento em Bruxelas, em reação à intelligentsia parisiense. Aos fundadores logo se reuniram Pierre Alechinsky, Pol Bury, Henry Heerup, Ejler Bille...

O procedimento comum desses artistas era de ordem essencialmente experimental, traduzindo-se em um trabalho sobre a matéria, a feitura, a cor, transgredindo as fronteiras do individualismo pela realização de obras coletivas, demonstrando um interesse manifesto por todas as formas de arte e, mais particularmente, pelas artes populares, primitivas ou infantis.

A vida de Cobra foi marcada por importantes exposições e manifestou-se sob a forma de uma intensa atividade editorial. À revista Cobra, que surgiu logo após a criação do grupo, sob a direção de Christian Dotremont, seguiram-se várias outras publicações.

Iniciativas coletivas despontaram na Bélgica, na Holanda, na Dinamarca. Em 1949, Pierre e Zicky Alechinsky organizaram, com Olivier Strebelle, uma casa comunitária no Centro de Zruxelas. Os Ateliers du Marais iriam tornar-se um centro de pesquisas e encontro para Cobra; eles ficavam não muito distantes do apartamento de Christian Dotremont, situado no número 10 da rue de la Paille, onde se realizavam as reuniões semanais da ala literária do movimento.

O grupo dissolveu-se em 6 de novembro de 1951, ao término da exposição Cobra no Palácio de Belas Artes de Liège.

Data: de 31 de outubro de 2006 a 20 de janeiro de 2007
Local: MAB/Centro da FAAP
Endereço: Edifício Lutetia - 1º e 2 º andar
Praça do Patriarca, 78 – Centro CEP 01002-010 São Paulo - SP
Horário de funcionamento: 2ª a 6ª das 10h00 às 18h00
Sábados e domingos – fechadoEntrada franca
Informações: (11) 3101-1776
Email: mabcentro@faap.br

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