7.7.08

1ª Bienal de Grafite de Belo Horizonte



Apresentação (do site do evento)
No momento o planeta passa por várias mudanças em grande velocidade. Vivemos séculos de autoritarismos, ditaduras e alienação. Hoje com o processo de globalização o mundo se mostra para todos, percebemos sua diversidade e as mudanças planetárias passam pelo fortalecimento do conceito de identidade que é fundamental para o funcionamento da democracia plena.

Uma nação forte é sinônimo de identidades estruturadas e as novas ordens mundiais serão conseqüência do convívio das diferenças onde a expressão das experiências histórico-afetivas possam ser compartilhadas pela comunidade por meio das manifestações artísticas.

O grafite é um meio contemporâneo de expressão que se inscreve como um fenômeno mundial, jovens experimentam esta linguagem compartilhando suas idéias com a sociedade diretamente nas ruas.

A arte tem a força capaz de contribuir para o desenvolvimento dos indivíduos e para a estruturação das comunidades. A experiência estética do grafite possibilita uma dinâmica com as paisagens circundantes, com a intimidade dos artistas e com o diálogo das diferentes tribos dos centros urbanos. Fornece informações a respeito das conexões existentes entre o ser humano e a cultura. Grafitar é converter em grafia, escrever palavra, frase ou desenho em muro ou parede de lugar público. A palavra italiana graffiti deu origem à forma adotada pelo idioma português: grafito ou grafite para designar inscrições riscadas com instrumentos pontiagudos ou carvão sobre rochas e paredes. Nos anos sessenta, o mundo assistiu à uma grande efervescência cultural no planeta. Jovens de todo o mundo gritaram, manifestando-se criticamente por meio do grafite contra as guerras imperialistas, o totalitarismo, a sociedade de consumo, a massificação da cultura e os tabus da moral, que ecoam até os dias atuais.

O grafite encontrou na Europa no final dos anos 80 um ambiente mais receptivo que as grandes metrópoles das Américas, consolidando-se esta forma de expressão como uma tendência mundial.

No Brasil no final dos anos setenta, com o enfraquecimento da ditadura militar, frases enigmáticas e irônicas surgiram nas ruas, criando um jogo lúdico e imaginativo com a cidade. Em São Paulo um grupo de artistas e estudantes iniciaram um movimento de intervenções urbanas que exploravam o potencial do grafite. Apareceram então trabalhos como o do artista grafiteiro Alex Valauri que apresentavam ao público em suas imagens, símbolos da cultura de massa e em 1985 apresentou na Bienal internacional de São Paulo a famosa instalação “A festa na casa da Rainha do Frango Assado”. Hoje a grande Belo Horizonte abriga projetos que apóiam o movimento do grafite e seus artistas. Projetos como o “Arena da Cultura” e “Guernica” da prefeitura de Belo Horizonte, o “Fica Vivo” do Governo do estado de Minas Gerais, “Graffite no Muro Efêmero” da Universidade FUMEC e “Árvore da Vida” da Fiat Automóveis vêm oferecendo anualmente oficinas de aprofundamento de estudos sobre a linguagem do grafite, suas técnicas variadas e intervenções urbanas.

Portanto a promoção de um encontro internacional de grafite possibilita a abertura de um fórum inédito para a comunidade internacional.

Esse evento será dividido em duas linhas de ação: a formação e a difusão do grafite. Serão convidados grafiteiros de cinco diferentes países, de forma a representar os cinco continentes do planeta. Com o Brasil teremos seis nações envolvidas no encontro, que terá como atividades, seminários, workshops, exposições e intervenções urbanas. Os eventos serão descentralizados para que o público da grande Belo Horizonte e de todo o estado de Minas Gerais envolva-se e participe das múltiplas atividades da Bienal Internacional de Grafite.

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