Cinco grupos de artistas visuais de quatro estados brasileiros – Alto Contraste e Projeto Chã (ambos de São Paulo), Sinhá (do Rio Grande do Norte), Sola (Alagoas) e Selo Coletivo (Ceará) – se reúnem para realizar a exposição coletiva “TudoaoMesmoTempo...”, dentro da programação gratuita do IV BNB Agosto da Arte, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro.
A abertura da exposição coletiva acontecerá na próxima terça-feira, 17, às 18 horas, no salão do 3º andar do CCBNB-Fortaleza, prosseguindo até o dia 29 deste mês, nos seguintes horários de visitação: terça-feira a sábado, de 10h às 20h; e aos domingos, de 10h às 18h.
O objetivo da exposição é desenvolver uma produção artística fundamentada nas relações entre o espaço urbano e as artes visuais. É também apresentar trabalhos de cada um dos grupos (e dos cinco grupos juntos), efetivando a vinda a Fortaleza, de artistas de outras localidades e realidades brasileiras (no caso, São Paulo, Rio Grande do Norte e Alagoas) – para uma interação entre produções artísticas bem distintas, mas que partilham de experiências semelhantes no desenvolvimento da linguagem artística no tecido urbanístico.
A meta dos grupos é, ao mesmo tempo, contrapor e dialogar diferentes panoramas e reflexões sobre o que vem sendo produzido por artistas que se utilizam tanto do espaço da rua como dos circuitos institucionais de arte.
Oficina e intervenção urbana
Paralelamente à exposição, integrantes dos cinco grupos ministram, no CCBNB-Fortaleza, uma oficina de produção de lambe-lambe e stickers para aplicações e intervenções nas ruas centrais de Fortaleza.
Realizadas nos dias 13 e 14 (hoje, sexta-feira, a partir das 10h; e amanhã, sábado, a partir das 14h), a oficina apresentará aos alunos, no primeiro dia, o contexto técnico e teórico da produção em arte urbana e os principais grupos de artistas que desenvolvem pesquisas nessa linguagem.
Nesse primeiro momento, será iniciada, ainda, a produção de cartazes para serem utilizados na ação urbana a ser realizada no dia seguinte (sábado, 14), quando os alunos, juntamente com os artistas, irão às ruas do centro da cidade para aplicar as técnicas apresentadas durante a oficina.
Essa intervenção nas ruas propõe uma mudança visual no cotidiano das pessoas que interagem no centro da cidade. Os trabalhos serão colados em edificações abandonadas e muros decrépitos, em ruínas, procurando contrastar a arquitetura urbana e a arte contemporânea.
Relações entre artes visuais e espaço urbano
Nos últimos 20 anos, as relações entre artes visuais e sua inserção no espaço urbano se apresentaram com mais ênfase, pelo surgimento de coletivos artísticos, publicações de críticos e historiadores da arte. O mote é a discussão do vínculo da produção de uma linguagem artística que se apropria da cidade – entrecortando o cotidiano com intervenções urbanas.
As ações propostas no projeto – que abrange a exposição, a oficina e a intervenção urbana – têm a intenção de alcançar públicos distintos: o público habitual de um espaço institucional como o CCBNB-Fortaleza terá contato com as linguagens utilizadas no processo de intervenção que ocorre nas ruas; a ação que acontecerá nas ruas da cidade se propõe a “colorir” prédios deteriorados que raramente são percebidos pelos habitantes da cidade.
Para tanto, essa ação será realizada com a utilização de cartazes. Os lambe-lambes são cartazes oriundos da comunicação de massa que divulgam shows, “trazem a pessoa amada”, ocupam os muros das mais populosas cidades e que foram absorvidos por uma geração de artistas urbanos contemporâneos.
Dessa absorção, surgem cartazes, a partir de materiais simples e muitas vezes descartados. Ora feitos em papel jornal, ora impressos em grandes dimensões. A oficina será direcionada para o público que possui algum interesse em ter contato com as técnicas e linguagens utilizadas na arte urbana.
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