Depois de fazer quase tudo, Luciano Huck se deu uma missão: combater a pobreza no Brasil. O que faltará no currículo desse profissional multifacetado? A ALFA de abril revela
A edição de Abril da ALFA mostra um lado do apresentador Luciano Huck que poucos conhecem. Ele é uma das figuras mais cativantes da TV brasileira, mesmo depois de excessiva exposição. Entra nas casas dos brasileiros e nos lugares mais inóspitos – como a favela de Vigário Geral, ainda controlada pelo tráfico - com naturalidade e sem a ajuda de seguranças. “Entro em qualquer lugar do Rio. A minha segurança sou eu”, afirma o próprio. Ele parece gente como a gente e justifica: “As pessoas são iguais, só tem grana diferente”. “Ele tem uma coisa de olhar em volta e achar que pode salvar o mundo”, diz a esposa, a apresentadora Angélica.
Todos esses adjetivos ele deixa transparecer na mídia, mas outros são menos evidentes. Politizado é um deles. Pessoas próximas já se perguntam por que não o colocar de vez num cargo público. Certamente quem o elegesse não iria faltar, Luciano Huck é presença obsessiva na vida nacional e tende a crescer. “Sou daqueles que sabem que estamos lidando com o próximo Ronald Reagan. Gosto de dizer que Luciano é um político sem mandato”, afirma à reportagem de ALFA o empresário carioca, Alexandre Accioly, sócio e amigo íntimo do apresentador. Luciano, modestamente, afirma que faz apenas a sua parte. “Hoje, aos 39 anos, acho que estou cumprindo esse papel na televisão”.
O apresentador que tem bons contatos na política – José Serra é amigo da família e o mineiro Aécio Neves, com quem assistiu ao primeiro programa político da campanha presidencial de 2010 - não descarta a possibilidade de se tornar presidente do País. Quando questionado pela reportagem de ALFA sobre essa possibilidade, ele responde: “Agora não. Daqui a dez anos, talvez eu tenha mudado a resposta”.
Em visita à casa do apresentador, algumas tendências partidárias já podem ser delineadas. A parede do salão de jogos da casa em que vive com Agélica e os dois filhos é enfeitada por 40 imagens escolhidas por ele. É um verdadeiro painel revelador de suas referências, preferências e inspirações. Entre elas, destacam-se uma foto do Lula em discurso para uma multidão, por meio de um telão; uma imagem do partido comunista chileno em reunião em Chaparral, cidade de Pablo Neruda, nos anos 60 e ainda uma foto de Fidel Castro fumando o seu charuto no inicio da revolução. O comentário da reportagem, após ver as figuras admiradas por Huck naturalmente é de que há, entre elas, muitos comunistas. “Tem o Kennedy ali... O Lula também não é mais uma referência comunista, né?”, responde rapidamente.
Ao fim da reportagem, o apresentador que revelou à revista a intenção de transformar o Instituto Criar, ONG que encabeça, responsável por ensinar jovens da periferia a gravar e editar vídeos, produzir cenários e figurinos e animar desenhos, num projeto piloto em escolas da rede pública de São Paulo. “Acho que o governo é o único capaz de multiplicar de fato o que dá certo no terceiro setor”. E conclui: “Eu só quero poder ajudar. Quando eu era moleque, achava que o Brasil não tinha jeito. Hoje eu sei que tem”.
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