18.1.10

Exposição A Obra e o Destino


Pintora, desenhista e gravadora nascida em Ribeirão Preto, Odilla Mestriner (1928-2009) nunca saiu de sua cidade natal e, mesmo assim, deixou importante contribuição para as artes visuais do país, participando de sete Bienais de São Paulo e tendo suas criações nos acervos dos mais importantes museus e instituições brasileiros.

A exposição A Obra e o Destino, com curadoria de Jacob Klintowitz, traz 32 trabalhos entre pinturas, desenhos e gravuras, realizados em cinco décadas, de 1960 a 2007, que pontuam sua carreira. Cerca de 40% da mostra é inédita para o grande público, assim como seu caráter antológico, propondo uma leitura mais abrangente e panorâmica da artista. Está é a primeira individual da artista após seu falecimento em 10 de fevereiro do ano passado.

A Obra e o Destino abre no Espaço CulturaL Citi da Av. Paulista em 26 de janeiro e se encerra em 26 de fevereiro de 2010.

O Espaço Cultural Citi é uma galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam entre a Avenida Paulista e a Alameda Santos. O espaço mantém a sua vocação de mostrar obras de arte no centro vital de São Paulo. Desde 2005, passaram por ali as obras de nomes consagrados, como Rubens Gerchman, Luiz Paulo Baravelli, Cláudio Tozzi, Gregório Gruber, Romero Britto, Newton Mesquita, Odetto Guersoni, Ivald Granato, Takashi Fukushima, Caciporé Torres, Sérgio Lucena e a ceramista Shoko Suzuki, além de jovens que se firmam como Luciana Maas e Manu Maltez, entre outros.

O Espaço Cultural Citi (Av. Paulista, 1111, térreo, fone 11.4009.3000) fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Acesso a portadores de deficiência física pela Alameda Santos, 1146. A entrada é gratuita.

Odilla Mestriner, vida poética e o luminoso mistério da arte, por Jacob Klintowitz

A obra e a vida de certos artistas sempre se constituem em um luminoso mistério, pois parece tão curta a vida para tão grande amor. Eu penso na existência de Odilla Mestriner, emanação que continua a se oferecer como referência e claro enigma. A sua obra multiforme, complexa, corajosa e severa e a sua vida encontram-se, de tal maneira interligadas, que não há distinção entre elas, e a artista, como um personagem absolutamente íntegro e clássico, é o seu próprio destino. Como Medéia, Aquiles ou Antígona, o seu percurso é a trajetória de sua história terrena e divina e ela se torna símbolo de si mesmo e paradigma de um modelo de estrutura nuclear trágica.

Odilla Mestriner foi uma pintora nascida em Ribeirão Preto (1928 -2009) e de forte inserção na arte brasileira, tendo participado de importantes exposições coletivas, mostras antológicas e de sete edições da Bienal Internacional de São Paulo. Nos últimos anos, chocada com a violência urbana, permaneceu quase integralmente no seu ateliê. O que apenas evidenciou a sua opção pelo silêncio e pelo recolhimento. Em 1987 eu escrevi e desenhei o livro sobre o seu trabalho e ela somente me falava de sua obra e de seus deveres com a arte e a educação da sensibilidade do público. A existência poética de uma pintora.

A obra de Odilla Mestriner se alicerçou num desenho preciso e numa composição geométrica. É sobre esta sólida base que a sua cor se tornou lírica. Os seus assuntos são referências objetivas – casas, signos zodiacais, pássaros, espantalhos, rostos, paisagens, barcos, andantes – que ela desenvolveu com lógica seqüencial e espírito universal, tornando-os formas da epopéia humana.

Como desenhista, gravadora e pintora, Odilla Mestriner foi brilhante. E generosa nas obras-homenagem nas quais recria temas de artistas admirados, como Antonio Henrique do Amaral e Lasar Segall.

Odilla Mestriner foi uma mestra cuja vida de artista talentosa foi dedicada à arte e a enriquecer de qualidade estética a existência das pessoas. Claro enigma? É simples, trata-se de uma rainha.

Breve Biografia
Odilla Mestriner. Desenhista e pintora. Entre 1955 e 1956, estuda na Escola Municipal de Belas Artes de Ribeirão Preto, onde é aluna de Domenico Lazzarini (1920-1987). Nessa época monta seu ateliê e apresenta seus trabalhos na Exposição do Centenário de Ribeirão Preto, em 1956. As principais características de sua produção definem-se nesse momento: o interesse pelo desenho, com suas linhas e texturas, e a temática urbana. Realiza sua primeira individual na Picolla Galeria do Instituto Italiano de Cultura, no Rio de Janeiro, em 1959. A artista emprega várias técnicas, como pintura em acrílica, desenho, aquarela e nanquim. Ao longo de sua trajetória artística, Mestriner permanece vinculada à sua cidade natal. Recebe, entre outros, o Prêmio Melhor Desenhista pela Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, em 1973. Participa de todas as edições da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1959 e 1969, recebendo nesse ano o prêmio aquisição Itamaraty. Em 1987, é publicado livro de Jacob Klintowitz sobre sua produção, pela editora Raízes. São realizadas as retrospectivas Odilla Mestriner: releitura gráfica 1958/1978, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP, em 1983; e a Retrospectiva no Museu de Arte de Ribeirão Preto, juntamente com a publicação do catálogo Odilla Mestriner e a arte em Ribeirão Preto, com texto do historiador da arte Tadeu Chiarelli, em 1994.
Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

Sobre o Citi
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