Um amplo e preciso panorama da participação dos afrodescendentes na arte brasileira em todos os cantos do país, desde o período colonial até hoje, organizado por um dos maiores experts no tema, Emanoel Araújo. Com textos de especialistas e reproduções de obras dos artistas que se destacaram na arte nacional, A mão afro-brasileira – Significado da contribuição artística terá sua segunda edição, revista e ampliada, lançada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, em parceria com o Museu Afro-Brasil em 20 de novembro (sábado), dia da Consciência Negra, a partir das 11 horas no Museu Afro Brasil – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque do Ibirapuera, Portão 10.
Entre os artistas que têm seus trabalhos analisados estão Machado de Assis, Aleijadinho, Antônio Bandeira, Assis Valente, Cruz e Souza, Castro Alves, Grande Otelo, José do Patrocínio, Juliano Moreira, Mestre Valentim, Mestre Didi, Pixinguinha, Rubem Valentim, Ruth de Souza e Walter Firmo.
Dividida em dois volumes, num total de 880 páginas, a obra é publicada 21 anos após a primeira edição, que comemorava o centenário da Abolição da Escravatura no Brasil. Dois personagens marcantes da relação Brasil-Portugal assinam textos na abertura da obra: Fernando Henrique Cardoso e Mario Soares, ex-presidente português. A publicação tem ainda textos de Alberto Goldman, governador de São Paulo, e de Andrea Matarazzo, secretário estadual de Cultura.
As diversas reproduções de pinturas, esculturas, fotos, ilustrações, desenhos, carrancas e a avaliação do trabalho de inúmeros artistas revelam o extenso trabalho de pesquisa iconográfica e de texto. A publicação cobre o Barroco e o Rococó; a academia do século XIX; o modernismo e a arte contemporânea do Século XX.
“O resgate dessas produções artísticas do passado e do presente, e dos seus autores, nos ajuda a compreender não apenas a história da arte brasileira, mas da própria história do país”, diz Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial.
Emanoel Araújo explica que o desenvolvimento do projeto para a atual edição demandou ampla pesquisa nas áreas das artes plásticas, da música, da literatura, dos usos e costumes no Brasil, “tão abrangente e instigante era a proposta que se lançava de recuperar, ao menos parcialmente, a participação do homem negro e mestiço na formação da cultura nacional. Além da vasta bibliografia existente sobre o negro, foram consultados numerosos artigos e ensaios, depoimentos de viajantes estrangeiros que aqui estiveram durante o período de escravidão, documentos históricos etc”. Ele afirma ainda que a análise da documentação constata que o tema não foi, até agora, objeto de estudos aprofundados.
Na apresentação, Antonio Pita de Abreu ressalta que os autores dos textos, entre eles arquitetos,artistas, jornalistas, escritores e acadêmicos, apresentam seu conhecimento acerca da arte negra no país e a influência da cultura africana no desenvolvimento da cultura brasileira. “Do barroco e do rococó à arte contemporânea, esta publicação reúne manifestações artísticas que começaram com a chegada dos primeiros navios negreiros ao Brasil, há cerca de 450 anos”.
Mão Afro-brasileira - Significado da contribuição artística
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Emanoel Araújo
Local: Museu Afro Brasil - Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque do Ibirapuera, Portão 10
Data: 20/11 (sábado)
Horário: 11h00
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