21.7.10

“Mulheres Jornalistas – A grande invasão” na Livraria da Vila


Co-editado pela Imprensa Oficial e Fundação Cásper Líbero, “Mulheres Jornalistas – A grande invasão” traz ricos depoimentos de profissionais que foram responsáveis pela mudança de perfil das redações dos grandes veículos de comunicação. Carmen da Silva, Judith Patarra e Lyba Fridman estão entre as dezenas de jornalistas ouvidas por Regina Helena de Paiva Ramos. A noite de autógrafos acontece na próxima segunda-feira (26), às 18h30, na Livraria da Vila da Fradique Coutinho.

Mulheres Jornalistas – A Grande Invasão
Regina Helena de Paiva Ramos
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Fundação Cásper Líbero
360 páginas

Pioneira na profissão iniciada em 1952, Regina Helena de Paiva Ramos é um dos exemplos de ousadas profissionais que há pouco mais de cinco décadas iniciaram uma escalada que mudaria o perfil do jornalismo brasileiro, enfrentando preconceitos dentro e fora das redações até então dominadas pelos homens. Aracy Amaral, Alik Kostakis, Maria Lucia Fragata, Cecília Prada, Carmem da Silva, Edy Lima, Patrícia Galvão (a famosa Pagu), Cecília Thompson e mais recentemente Nair Suzuki, Regina Guerreiro e Rose Nogueira integram este time de cerca de 70 profissionais agora registrado em “Mulheres Jornalistas – A Grande Invasão”, livro co-editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e a Fundação Cásper Líbero que será autografado pela autora Regina Helena na próxima segunda-feira (26 de julho), a partir das 18h30 na Livraria da Vila – Rua Fradique Coutinho, 915.

A obra traça um retrato da Imprensa, sobretudo paulista, nessas seis décadas, a partir do depoimento dessas pioneiras que transformaram o perfil e cultura da redações. Nos anos 70, a participação feminina na Imprensa ganhou novo impulso, vieram os primeiros cargos de chefia até a transformação do jornalismo em profissão híbrida, onde as mulheres ocupam perto de 50% dos postos.

Além dos depoimentos e números sobre a participação feminina no jornalismo, a autora faz um relato de sua própria inserção na profissão, após a formação pela quarta turma da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, revela os bastidores da Imprensa nos anos 50 e descreve o ambiente de uma cidade ainda romântica onde o centro era ainda o ponto de encontro de intelectuais e artistas. Regina atuou em diversos veículos, como o Jornal A Gazeta, Fatos e Fotos, revistas Construção, Visão, Casa e Jardim, TV Bandeirantes, foi ghost writer de Ofélia Anunziato, tornou-se secretaria de Meio Ambiente de São Sebastião e atua também como autora de peças teatrais e literatura.

O livro tem também uma cronologia com a história das publicações femininas e as primeiras mulheres que trabalharam na profissão. Revela ainda alguns dados que mostram uma abissal diferença entre a quantidade de homens e mulheres nas redações há algumas décadas: nos anos 40, eram cerca de 10 ou 15 mulheres; nos anos 50, eram entre 20 e 30; só na década de 1960 esse número começou a aumentar, e os primeiros cargos de chefia para elas surgiram fora das chamadas páginas femininas.

A idéia do livro nasceu no início dos anos 2000, quando Regina ouviu pelo rádio do carro uma jovem e ofegante repórter narrar uma manifestação. “Naquele momento, pensei o quanto aquela menina era corajosa, como esse pessoal de hoje não tem medo de nada. Imagine isso no meu tempo, na década de 1950, quando poucas mulheres faziam isso. Eu tinha de contar essas histórias, ouvir as mulheres que abriram o caminho”.

Regina quase desistiu de escrever o livro no meio do caminho pela dificuldade em localizar e conversar com algumas homenageadas e pela morte de outras. O resultado final prova que a insistência valeu a pena, pois trata-se de um valioso documento histórico, que ajuda a entender um pouco do desenvolvimento da profissão no País.

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