13.9.12

“Márcio Pannunzio – Xilogravuras”



A CAIXA Cultural São Paulo apresenta a mostra individual “Márcio Pannunzio – Xilogravuras” entre os dias 29 de setembro e 02 de dezembro, no centro da capital paulista, na Praça da Sé. Serão exibidas imagens criadas empregando a pouco conhecida e praticada técnica da xilografia de topo, técnica essa que cobra do artista grande concentração e virtuosismo.

As pequenas xilos de Pannunzio agregam valor renovado à linguagem contemporânea da gravura brasileira ao incorporarem temáticas incômodas e impactantes exploradas em formatos preciosistas, delicados e repletos de detalhes, exigindo do observador uma postura atenta e paciente.

Complementando a mostra, também serão exibidas gravuras em relevo de maiores dimensões, usando como matrizes materiais sintéticos, gravuras calcográficas, monotipias, desenhos e digigrafias, possibilitando ao visitante uma imersão nas principais técnicas de produção gráfica e no universo plástico intrincado e perturbador de Márcio Pannunzio.

A arte de Pannunzio, a par de sua feição estética burilada com rigor, precisão e requinte é eminentemente crítica.Nas palavras do crítico e curador Paulo Klein: “os jogos de poder, o assédio, a promiscuidade e a banalização sexual são motes recorrentes no fabulário de Pannunzio. Em seus labirintos, que refletem a banda podre dos meandros sociais, parece não haver lugar para vacilo, piedade ou para atos gentis, muito menos doçuras ao pé do ouvido. Suas imagens corrosivas desnudam o homem contemporâneo de forma crua e impiedosa.”



O catálogo será lançado no mesmo local no dia 17 de novembro às 11h. A exposição possui entrada gratuita e patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Sobre a técnica:
Na xilografia de topo, a matriz é obtida a partir do corte transversal da árvore, fatiada em discos. Deles são extraídos tacos sem trincas. A gravação é feita com goivas e buril – instrumento comum à joalheria. Devido à densidade das fibras, consegue-se gravar com linhas muito finas e texturas complexas, impossíveis de serem reproduzidas na madeira de fio.

As calcografias, bem como as gravuras em relevo que se valem do linóleo como matriz, apresentam também composições tão detalhadas quanto os das xilos de topo; porém, em uma escala maior. Já as monotipias e desenhos nos mostram uma grafia veloz e segura a serviço da construção de imagens de grande crueza e energia; são despojados dos ornamentos e filigranas usualmente utilizados nas gravuras em relevo e calcográficas. Extraem sua força da linha vigorosa e concisa.

As digigrafias são gravuras criadas usando as novas tecnologias de manipulação da imagem e impressão em impressoras profissionais a jato de tinta em papéis artísticos. A matriz virtual criada pelo artista toma como ponto de partida um desenho a bico de pena, posteriormente diminuído e contrastado em programas de edição de imagem.

Sua escolha da gravura como técnica preferencial de criação artística se fundamentou na virtude primeira desse fazer: o seu caráter democrático, avesso às maquinações de mercado que elitizam e transmutam aquilo que tangem em produtos de consumo privilegiado. De fácil transporte e exibição, sua histórica trajetória contestatória e polemizante seduziu Márcio Pannunzio.

Sobre o artista: 
Márcio Pannunzio ganhou prêmios internacionais doze vezes; entre eles, na XYLON 12 – International Triennial Exhibition of Artistic Relief Printing (Suíça), na Biennale Internationale d’Estampe Contemporaine de Trois-Rivières, Première Édition ( Canadá ), no 3º Concurso Internacional de Minigrabado “Ciudad de Ourense” ( Espanha ). No Brasil foi premiado em trinta e sete ocasiões; entre elas: no 10º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no 50º Salão Paranaense, na 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba. Foi bolsista da Fundação Vitae em 2002 e figurou entre os vencedores dos editais ProAc de Artes Visuais de 2008, 2010 e 2011. Realizou vinte e seis individuais, cinco delas no exterior.

SERVIÇO: 
Exposição Individual “Márcio Pannunzio – Xilogravuras”
Abertura para convidados e imprensa: dia 29 de setembro (sábado), às 11h
Visitação: de 29 de Setembro a 9 de Dezembro de 2012.
Horário de visitação: de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Local: CAIXA Cultural São Paulo - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP
Informações, agendamento de visitas mediadas e translado (ônibus) para escolas públicas: ( 11 ) 3321 4400
Acesso para pessoas com necessidades especiais
Entrada: franca
Recomendação etária: 16 anos
Patrocínio: Caixa Econômica Federal

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