17.6.11

Convidados do I Fórum Fotográfico da Panamericana Faculdade de Arte e Design sugerem novos caminhos para a fotografia moderna

 

Com o advento de novas tecnologias, a fotografia passou de analógica a digital. Ganhou agilidade na produção e pós-produção - graças a seu novo formato e ao uso de avançados softwares de edição -, mas também perdeu elementos importantes da metodologia de trabalho do fotógrafo que manipulava filmes 36mm, como a reflexão sobre o conteúdo a ser fotografado e de que maneira expressá-lo. Foi com esse objetivo, o de discutir a fotografia atual e suas perspectivas, que a Panamericana Faculdade de Arte e Design promoveu na última terça-feira (14/06), para cerca de 200 pessoas, o I Fórum Fotográfico Panamericana Faculdade de Arte e Design. O evento contou com a participação dos mais importantes nomes da fotografia brasileira contemporânea, como Cristiano Mascaro, Tiago Santana, Pio Figueroa e Rosely Nakagawa.




Os fotógrafos falaram da importância de uma formação profissional ampla, bem como da necessidade de se refletir mais sobre esse campo. A fotógrafa e curadora Rosely Nakagawa ressaltou a necessidade de se pensar mais sobre essa arte visual. “Vivemos um momento em que tudo acontece muito rápido e em que não temos tempo para nada, nem mesmo para pensar. Contraditoriamente, o que falta à fotografia atual é justamente essa pausa para planejar e refletir sobre o que fotografar. Na fotografia analógica, passávamos pela revelação, ampliação. O processo como um todo exigia maior reflexão. Falta, hoje em dia, propostas como estas em que discutamos sobre a edição da fotografia”, afirma.



O cearense Tiago Santana, considerado um dos fotógrafos mais importantes da atualidade, lembrou que quando começou na fotografia não existiam sequer cursos de formação nessa área no Brasil e ressaltou a importância de estudar a fotografia como Arte. “Mergulhava nos livros e, com alguma dificuldade para compreendê-los, era de lá que tirava algumas noções básicas sobre fotografia. Tive que aprender sozinho, fazendo fotografia. Hoje, a informação é muito mais acessível e iniciativas como essas são importantes para que os jovens fotógrafos dividam conosco nossas experiências. É fundamental ter uma formação ampla, que prepare o fotógrafo para os desafios que envolvem essa profissão”, disse.



Para o arquiteto e fotojornalista Cristiano Mascaro, o evento funcionou como um espaço para a troca de conhecimentos entre fotógrafos de diferentes períodos históricos, que, juntos, formam um paralelo da fotografia atual e da que já foi feita. “É interessante esse Fórum porque reúne diversos segmentos da fotografia, cronologicamente. Cada um representa uma época e tem características próprias que formam um painel completo desse segmento, que envolve não apenas a fotografia, mas seus desdobramentos, como a pesquisa, a curadoria, entre outros, representados pelos convidados aqui presentes”, afirmou Mascaro.

Além desses nomes de peso, o Fórum contou ainda com a participação do fotógrafo Pio Figueroa, da Cia de Foto, que falou da importância do surgimento de cursos de graduação na área. Ele fez questão de ressaltar que, antigamente, o caminho do fazer fotografia era mais tortuoso, e que nos dias de hoje o ofício foi facilitado em decorrência da modernidade das máquinas e dos programas de edição de imagens. Figueroa também ressaltou a importância da vertente dos pensadores de fotografia, pois com as facilidades que surgiram nesse campo, o pensar fotografia foi deixado de lado. Para ele é de fundamental importância que se discuta e se pense sobre essa arte.


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