9.8.10

Bienal Naïfs do Brasil



Criada em 1992 e consolidada ao longo de sua trajetória como um evento referencial para artistas plásticos, pesquisadores, colecionadores e galeristas vinculados ao gênero, a Bienal Naïfs do Brasil, iniciativa do SESC São Paulo, atinge sua 10ª edição em 2010. A mostra acontece entre 20 de agosto a 12 de dezembro, na unidade SESC Piracicaba, em Piracicaba (SP) e terá sua abertura oficial, no dia 19 de agosto, às 20h, transmitida via internet, pelo site www.sescsp.org.br


Desta vez, 111 obras selecionadas vão proporcionar um recorte abrangente e atual da produção artística caracterizada pela estética naïf ou naïve, a chamada arte ingênua, espontânea ou instintiva. A escolha foi realizada por um júri formado pelos críticos de arte Geraldo Edson de Andrade e Ricardo Amadasi, presidente do Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, Vilma Eid, a partir de quase 800 trabalhos, enviados por 376 artistas de 22 estados brasileiros.


Além disso, a Bienal contará com a Sala Especial Arte Sem Fronteiras, com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. E uma extensa proposta voltada para arte-educação, que inclui ateliês abertos, oficinas, cursos, palestras, visitas orientadas e apresentações artísticas.

“Passados quase cem anos do início do diálogo entre a arte erudita e popular no Brasil, cabe-nos perguntar quais os possíveis significados que a palavra naïf pode adquirir hoje, em um mundo cada vez mais afeito às novas tecnologias. Com a 10ª edição da Bienal naïfs, o SESC São Paulo promove esta discussão e reafirma seu compromisso com a difusão cultural, voltada para o exercício da fruição estética, do pensamento e da transformação social”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo.


Originária de mostras anuais realizadas pelo SESC Piracicaba no período entre 1986 e 1991, a Bienal hoje contribui decisivamente com a construção deste traço tão peculiar na identidade cultural do Brasil. “A cultura espontânea brasileira é uma das manifestações mais importantes de nossa época. O imaginário visual que surge do povo traduz com seus pensamentos e sentimentos”, analisa Ricardo Amadasi. Já para Geraldo Edson de Andrade, trata-se de “um universo plástico de irresistível encanto, sem conceitualismo ou malabarismo estético, que indistintamente fala a todos, cultos ou não”.

Obras selecionadas
Nesta edição da Bienal, o público poderá ver obras como “O Engenho” e “Montanhas”, do capixaba Neves Torres; e “O Vendedor de Aipin” e “O Ordenhador de Cabras”, do paulistano João Generoso. Ambas obtiveram o Prêmio Destaque-Aquisição. Para Vilma Eid, a escolha destes artistas reflete uma clara opção pela poesia e pelo lirismo, como temas cada vez mais raros neste início do século XXI.

Também compõem a mostra “Dança do beija flor” e “Cereia”, de Carmézia Emiliano (RR); “Cidade de Interior” e “Lembranças”, de Eliana Silveira de Andrade (MG); “O Galo da Madrugada” e “Vamos Tirar o Brasil da Gaveta”, de Euclides de Almeida Coimbra (SP); “Marconi na Rua Marconi” e “Boi na Mata”, de Marconi Parreiras (MG); e “Lixo Homem”, de Milton Cardoso da Costa (RJ), todas contempladas com o Prêmio Incentivo pela comissão julgadora.

E ainda “O Engolidor de Sapo”, de Alencar Claret Duarte da Silva (SP); “Exposição Comemorativa dos 44 Anos da Pintura Brasileira” e “Fim de Tarde Num Certo Bar com Música Da Lapa no Rio”, de Antonio Fernando Vieira da Silva (RJ), “Tatu” e “Beija-Flor”, de Antonio Francisco da Costa (CE); “Boca Grande” e “Águia Gigante”, de David Augusto Sobral (SP); e “À Macacadas” e “Derrubada Proibida”, do mato-grossense Nilson Pimenta da Costa, que receberam Menções Especiais.


Sala Especial
Batizada de “Arte Sem Fronteiras”, a Sala Especial tem curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet. Reunirá 56 trabalhos de artistas premiados em edições anteriores – como Alex dos Santos, Dalton Oliveira e Loizel Guimarães Silva – e outros com carreiras artísticas consolidadas, como Antonio Henrique Amaral, Alex Ceverny, José Bezerra e Vânia Toledo e, que exploram linguagens capazes de tocar o imaginário do homem contemporâneo, sem recorrer a categorias como “arte popular” ou “arte erudita”.

A proposta é valorizar os artistas que foram revelados pela Bienal ao longo destes 18 anos e mostrar como seus trabalhos dialogam com produções já inseridas no mercado de arte dos grandes centros urbanos.


Para Maria Alice Milliet, a chegada do progresso ao interior do país fez com que a arte naïf passasse a refletir uma outra realidade. “O saudosismo explica a reiteração do rural idílico, entretanto, já despontam manifestações contaminadas pelo urbano, por conflitos sociais, pela percepção da instabilidade do ser num mundo em constante mutação”, afirma.


Arte-Educação
Paralelamente à mostra, será realizada uma iniciativa educacional, voltada para a democratização cultural e formação de público. O módulo Arte-Educação visa expandir o olhar dos interessados para além dos trabalhos expostos durante a Bienal.


O projeto realizará oficinas de capacitação para professores, educadores, artistas e aos demais interessados, entre os dias 12 e 14 de agosto.

Para participar destes workshops é necessário se inscrever gratuitamente pelo telefone (19) 3437-9286, pelo e-mail bienalnaifs@piracicaba.sescsp.org.br ou diretamente na unidade do SESC Piracicaba (Rua Ipiranga 155 – Centro – Piracicaba SP).



BIENAL NAÏFS DO BRASIL 2010
Realização: SESC São Paulo
Exposição: 19 de agosto a 12 de dezembro de 2010.
SESC Piracicaba - Rua Ipiranga, 155, Centro – CEP 13400-480 - Piracicaba – SP.
Telefone: (19) 3437 9286 / 0800 77 00 445
Atendimento: de terça a sexta das 14h às 21h e finais de semana e feriados das 10h às 17h
E-mail: bienalnaïfs@piracicaba.sescsp.org.br / Site: www.sescsp.org.br

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