Publicação pretende fazer intercâmbio de obras poéticas e literárias produzidas em todos os países da comunidade lusófona . A distribuição será gratuita, privilegiando não só bibliotecas e centros culturais, mas também nas ruas e na Internet, para tornar a publicação acessível às pessoas que não têm trânsito nesses equipamentos públicos.
Promoção e incentivo à leitura, respeito à diversidade de ideias e tendências, intercâmbio entre as culturas dos povos formadores da comunidade lusófona. Esses são os objetivos principais da Revista Pessoa, editada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, que será lançada nesta sexta (20), às 19h, no estande da empresa na 21ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. A periodicidade será semestral.
O nome da revista está relacionado ao conceito da obra de Fernando Pessoa, que tem como traço marcante a utilização de heterônimos, no qual o poeta se expressava e integrava pelo mesmo código lingüístico: a língua portuguesa, também múltipla em sotaques e matizes culturas espalhados pelo mundo nos países lusófonos.
A revista pretende, nas palavras do editor Luiz Rufatto, “oferecer um espaço no qual, acima de possíveis diferenças étnicas, ideológicas ou de classe, cada um dos 260 milhões de habitantes da comunidade lusófona possa expressar a diversidade das manifestações culturais de lugares tão díspares quanto Portugal, Galiza, Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Macau e Goa.”
Embora o foco seja a literatura, a revista não se limita a abordar a línguagem escrita. Abre espaço também para falar de outras produções artísticas que envolvem a língua portuguesa, como o cinema, cuja produção nas telas vem se ampliando no idioma.
Além de promover e incentivar a leitura, a publicação pretende ser agente de intermediação entre os sujeitos da criação cultural e os sujeitos da transformação da língua. Para ampliar seu alcance, a distribuição será gratuita, com ênfase não só em bibliotecas, centros e espaços culturais e nas ruas, para democratizar o acesso à publicação alcançando também aqueles que não costumam ter trânsito nesses equipamentos públicos, por falta de oportunidade ou conhecimento. O conteúdo da revista ficará disponível ainda na internet, pelo endereço www.revistapessoa.com.
Em sua primeira edição, Pessoa apresenta poemas inéditos de dois autores africanos: “Crônica Verdadeira da Língua Portuguesa”, de João Melo, de Angola, e “7”, de Luís Carlos Patraquim, de Angola. A poesia brasileira está representada nos versos de “Amador”, de Fabrício Carpinejar. A revista traz ainda uma entrevista com o escritor caboverdeano Germano Almeida, na qual o autor fala sobre seu primeiro romance histórico, “A Morte do Ouvidor”, seu novo livro, e expõe suas ideias sobre literatura lusófona e fala sobre os “donos” da língua portuguesa. Nas páginas desta edição, a escritora Marina Colasanti mostra um capítulo inteiro do livro que está prestes a lançar pela Editora Record: “Minha guerra alheia”. Na seção “Pessoinha”, destinada a jovens leitores, a publicação abre espaço para quem está descobrindo o prazer de ler.
Neste primeiro número Fernando Pessoa ganha cinco páginas. A primeira matéria é sobre o Sensacionismo, corrente da vanguarda portuguesa a qual pertenceu o escritor; a segunda revela o espólio de sua produção literária e as questões jurídicas e políticas que permearam a liberação de seus livros como obra de domínio público. Embora o foco seja a literatura, a revista não se limita a abordar a língua escrita, e abre espaço para falar de outras produções artísticas que envolvem a língua portuguesa, como o cinema, cuja produção nas telas vem se ampliando no idioma.
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