26.10.10

Iniciado curso de fotografia para pessoas com deficiência visual


“Para mim é uma oportunidade de me inserir no mercado de trabalho. Estou levando esse curso muito a sério”. Foi com essas palavras que Ubirajara Alves Domingues resumiu seu sentimento minutos antes de entrar, nesta segunda-feira (25), na primeira aula do Projeto 24 Horas de Olhar Universal. A iniciativa da Fundação Stickel em parceria com a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência promove um curso que possibilitará que pessoas cegas ou com baixa visão aprendam a fotografar.

Ao todo são 16 alunos, sendo metade com deficiência visual. Na primeira aula, todos puderam aprender com a professora Lívia Maria Villela de Mello Motta, doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, métodos especiais para descrever as paisagens à sua frente, a chamada áudio-descrição. A próxima aula está marcada para o dia 1º de novembro, quando a professora Tatiana Nolla apresentará aos alunos a técnica de revelação pin hole (método da latinha), principio do conceito da arte de fotografar.

Durante a cerimônia que marcou a assinatura do convênio entre a Fundação e a Secretaria, o presidente da entidade, Fernando Stickel, declarou que as parcerias entre o terceiro setor o poder público são fundamentais para auxiliar a população. “Para nós esse é um momento muito importante porque consolida a nossa presença na Brasilândia, onde temos muito prazer de atuar”.

O curso será realizado até dezembro nas dependências didáticas da Fundação, a Casa de Cultura da Brasilândia. Vale ressaltar que todos terão condições de avaliar o resultado de seus trabalhos, já que algumas fotos serão reveladas com texturas por meio de um método especial criado pela WG Produto. E, ao final das oficinas, será realizada uma exposição para mostrar os trabalhos dos alunos.

Um dos professores do curso é o fotógrafo e jornalista Teco Barbero, que é deficiente visual e atuou recentemente na campanha publicitária da ADD (Associação Desportiva para Deficientes). “Pretendo ensiná-los como usar os outros sentidos. Mostrar que é possível fotografar sem enxergar e que a fotografia é uma forma de inclusão social”, afirma Barbeiro.

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