5.10.11

Galeria Berenice Arvani realiza exposição individual “Trajetória” do carioca Cesar Caldas


Há dez anos sem expor em São Paulo, o artista carioca Cesar Caldas apresenta individual na galeria Berenice Arvani com cerca de 25 trabalhos entre pinturas, objetos de parede, relevos, esculturas e duas obras nunca antes exibidas, dois objetos cinéticos. Em “Trajetória”, a idéia é apresentar ao circuito de artes paulista trabalhos de várias fases do artista, iniciando com uma foto de 1967, que dialoga muito bem com a arte concreta atual, e que vai estar exposta ao lado de um trabalho realizado em 2007. A mostra reúne obras de todas as suas fases, produzidas entre 2000 e 2011.

Uma das características da sua produção é a utilização de desenhos geométricos e as formas puras, alem do uso de cores fortes e de figuras que se sobrepõem e dão idéia de movimento. O artista cria, segundo o curador da individual João Masao Kamita, um ‘construtivismo contemporâneo’: “a arte de linguagem geométrica de Cesar Caldas sem deixar de revelar sua filiação a uma herança histórica da arte brasileira, e ciente do risco de parecer nostálgico e bem comportado, assume a tarefa de levar adiante a poética construtiva moderna”.

Cesar Caldas exibe ao público paulistano trabalhos de diversas séries, nos quais além do rigor geométrico, mantém sua coerência estética. Alguns dos trabalhos trazem um certo desequilíbrio ótico e em outros casos, as cores ganham força e parecem se projetar tridimensionalmente para além do plano da tela em arranjos pictóricos de planos vermelhos, amarelos, brancos e cinzas; contudo predominam trabalhos em preto e branco.

É quase um jogo visual no qual o artista cria diversas combinações, associações e montagens dos elementos geométricos. São colocadas em xeque as relações entre figura e fundo, positivo e negativo, cheio e vazio, que criam trabalhos com torções elípticas e figuras de dupla leitura que quebram a previsibilidade do olhar. “Assim, linhas aparecem sobre diversos registros (ora uma diferença topográfica entre planos, ora uma faixa pintada ou desenhada, ora uma corda estirada). Planos avançam e recuam, abrem protuberâncias, num jogo de ambivalências incontido”, revela o curador.

Na individual, o público poderá conferir dois trabalhos mais recentes e inéditos, que incluem mecanismos cinéticos que fazem as formas girar, fazendo somar ao tempo da percepção, o tempo do próprio movimento da obra.

Oriundo de Família de artistas plásticos César Caldas é carioca de nascimento. Formado em Comunicação Social, com especialidade em Publicidade e Propaganda, trabalhou durante 30 anos como fotógrafo publicitário, com alguns trabalhos em jornalismo. Começa a se dedicar às artes plásticas quando fez uma pintura em 1996. Mas as obras produzidas a partir de então só vieram à público quando foram expostas em 2001, quando fez sua primeira individual em São Paulo. Desde então, Caldas começou a expandir sua linguagem artística criando objetos, nos quais utiliza os mais variados materiais. Recebeu prêmio aquisição no Salão de Verão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com trabalho conceitual em fotografia; e fez quarto mostras individuais no Rio de Janeiro, entre elas na Casa França Brasil, além de participar de várias mostras coletivas.



A visualidade pura, o uso de figuras abstratas e a ênfase na racionalidade e na ciência são características da arte concreta, que no passar dos anos se desdobrou na arquitetura, design, mobiliário e artes gráficas. A realidade é reconstruída de forma que possa ser observada de vários ângulos; esculturas, objetos e relevos criam novas noções de percepção visual na qual a perspectiva não é uma só, mas várias. “A idéia é que o meu trabalho ganhe o nosso espaço, que não se restrinja a uma coisa que só pode ser vista numa tela. Vivo buscando técnicas que permitam fazer isso sem os recursos tradicionais, tais como perspectivas. Uso técnicas e linguagens que possam fazer isso”, afirma o artista. Caldas realiza com sua obra uma investigação na qual a arte, que é sobretudo ‘idéia’, possa se relaciona com o público de formas diferentes. O público é obrigado a deixar de ser apenas um observador passivo para ser um participante ativo da obra.

Serviço

Galeria Berenice Arvani – exposição individual

Visitação: 04 a 28 de outubro de 2011
Horário de Funcionamento: Segunda a sexta, das 10h às 19h
Endereço: Rua Oscar Freire, 540 – Cerqueira César/ SP
Contato: (11) 3088.2843/ galeria@galeriaberenicearvani.com

Entrada Franca

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