1.11.11

Stephan Doitschinoff faz palestra na FAAP


 A convite da Pós Graduação da FAAP, Stephan Doitschinoff ministra a palestra Arte, Vivência e Significado, no sábado, 05 de novembro, às 9h, no Auditório Sede da Fundação. Os interessados em assistir à palestra devem se inscrever pelo site da FAAP e a taxa de inscrição foi substituída por um quilo de alimento não perecível.

Stephan Doitschinoff vai falar sobre o seu processo criativo, pesquisa e simbologia na palestra Arte, Vivência e Significado. O artista vem ministrando cursos e palestras nos últimos anos – MAM, Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Escola Guignard em Belo Horizonte e FMU em São Paulo receberam Stephan esse ano.

Ainda em 2011, no dia 25 de novembro, das 19h às 21h, o artista faz palestra no auditório do MASP e lança seus filmes “Tudo é Vaidade” e “Brilho do Sol” no MASP. E em 10 de dezembro dá início à sua exposição individual na Galeria Jonathan Levine, em Nova York, onde faz também audiência de vídeos e workshop.

Os filmes
Por conta de seu site specific feito em Lençóis onde encontrou pontos de convergência entre as festas populares da Bahia e do norte de Portugal e também a convite da Prefeitura de Lisboa, Doitschinoff foi, em junho deste ano, a Portugal para se aprofundar na cultura das festas populares e tradição das máscaras ibéricas e caretos do norte do país. Antonio Pinela Tiza, grande pesquisar do assunto, acompanhou o processo, que foi exibido em formato em duas instalações multimídia em uma viela do bairro Mouraria que deu origem a uma espécie de procissão. Esta performance, que ganhou o nome de Brilho do Sol, virou um curta metragem, editado por Patrocínio Brothers, cuja première ocorre no MASP e segue para Nova York na exposição individual do artista.

O mesmo acontece com o filme Tudo é Vaidade que retrata as duas performances criadas por Stephan Doitschinoff durante sua exposição Cras, no Acervo da Choque (2010). Inspiradas por procissões e na tradição das indulgências, as performances traziam algumas de suas obras, como oratórios, além de moedas que eram entregues ao público. Ao depositarem-nas nos oratórios, recebiam pequenos cartões com mensagens do artista. Com cinco minutos, o curta tem direção de fotografia de Rafael Levy, edição de Kauê Cabrera, numa parceria entre Movie&Art e Dinamo Filmes.

Novo Asceticismo
A partir de 10 de dezembro, Stephan estará em Nova York apresentando a exposição Novo Asceticismo na galeria nova-iorquina Jonathan Levine, até 07 de janeiro de 2012. Todos os trabalhos apresentados são inéditos e compreendem 12 obras (uma série inédita de telas, desenhos, múltiplos), além do filme “Tudo é Vaidade”. Nela, o artista procura refletir sobre os tipos de sacrifícios e privações necessárias para o homem contemporâneo conseguir viver plenamente, sem se alienar ou cair nas armadilhas e vícios mentais da sociedade. Também irá exibir os filmes...

Segundo Doitschinoff, esse novo corpo de trabalho é permeado por reflexões sobre praticas e temas recorrentes ao Novo Asceticismo, como a discussão sobre a sexualidade e o corpo, o xamanismo contemporâneo e a postura "asceta" em relação aos dilemas políticos do nosso tempo. “Penso no homem que busca uma maneira plena de viver sem ser pego nas teias do condicionamento social, porém interagindo com a sociedade, sem negá-la ou dela se excluir”, reflete.

O "Novo Asceticismo" sugere que o homem moderno, pra conseguir seguir um caminho de auto-conhecimento e desenvolvimento da consciência, deve também procurar práticas que o auxiliem no seu caminho e o ajudem a se libertar, sem que ele tenha que se excluir da sociedade (como era comum entre os ascetas tradicionais). Tudo isso para que ele possa ser mais um membro ativo na sociedade, participando, inspirando e influenciando a sociedade.

Nos tempos remotos, os Ascetas, para buscarem a iluminação, se excluíam da sociedade indo morar no mato ou em cavernas, praticavam jejum, auto-flagelo e abstinência sexual. Segundo Doitschinoff, hoje em dia, porém, houve um aumento gigantesco e desproporcional no número e na intensidade dos agentes de alienação e embrutecimento das grandes massas.

Stephan Doitschinoff
Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977. É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos. Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude em contato com um centro Hare Chrishna e até mesmo um terreiro de umbanda. A multiplicidade integra sua história não só em vivências ou estudos da religiosidade, mas também no cotidiano e no percurso profissional. Adolescente, Stephan envolveu-se com a cultura do skate e os movimentos punk e hardcore de São Paulo.

Mundos que podem se mostrar tão distantes, em seu percurso se conectam. O envolvimento com o hardcore, por exemplo, o levou a se tornar vegan e, em seguida, macrobiótico. Passou também a estudar o zen budismo e o taoísmo e, devido ao profundo interesse pela influência da religiosidade sobre a mente humana, aprofundou seus estudos em leituras de psicologia junguiana e mitologia, ampliando assim sua pesquisa estética e filosófica.

A partir de 2002, Stephan passa a interagir e intervir na cidade por meio da pintura e da aplicação de pôsteres, adesivos e estênceis. Trabalhando também com ilustração, sua produção diferenciada lhe rende, em 2006, o prêmio Jabuti de Ilustração, pelo livro “Palavra Cigana” (Cosac Naify). Após residência artística na Inglaterra, retorna ao Brasil e parte para o desenvolvimento de seu mais audacioso projeto artístico: Lençóis (BA). Imerso na realidade dessa cidade onde morou por três anos, e tendo como fonte de referência e inspiração as crenças e histórias de seus moradores, Stephan realizou intervenções na cidade e seus arredores.

Essa grande instalação urbana, que envolveu toda a população da cidade, é um trabalho de fôlego que desenvolve importantes questões sobre as dimensões político-sociais da arte pública. A experiência foi documentada no filme Temporal, produzido pela Movie&Art, e em sua monografia Calma. The Art of Stephan Doitschinof, publicada pela editora alemã Gestalten.

Integrando a mostra De Dentro para Fora/ De Fora para Dentro no Museu de Arte de São Paulo, Stephan apresentou uma retrospectiva de suas pinturas e desenhos, fotografias documentais do trabalho realizado na Bahia. As produções expostas, realizadas em diferentes técnicas e suportes, distribuídas em quatro ambientes, levaram o artista a receber o título de Artista Revelação de 2009, pela APCA- Associação Paulista de Críticos de Arte. No mesmo ano, recebeu o prêmio Interações Estéticas: Residências Artísticas em Pontos de Cultura. A premiação, realizada por um edital da Fundação Nacional das Artes e do Ministério da Cultura, contemplou seu projeto autoral, nomeado A Mão, escultura instalada nos arredores do Ponto de Cultura Museu Afro Brasil.

Stephan já mostrou sua arte no Museu de Arte Contemporânea de San Diego, Jonathan Levine (coletiva), Stolen Space, Fondacion Cartier, entre outras.

Palestra: Arte Vivência e Significado
Data: 05/11 (Sábado) às 9 horas
Auditório Sede, Rua Alagoas, 903 - Predio 3 - Auditório 2.
Higienópolis /SP
www.faap.br/pos
Inscrições: http://academico.faap.br/faap_pos2010/seminarios/inscricao_eventos.asp?codcurso=542

Première: “Brilho do Sol” e “Tudo é Vaidade” + conversa
25 de novembro, das 19h às 21h
Auditório do MASP - Av. Paulista, 1578
Informações ao público: www.masp.art.br | Twitter: http://twitter.com/maspmuseu |Tel.: (11) 3251.5644
Grátis (capacidade sujeita à lotação da sala – fila de chegada)

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